O município de Brejo Santo comemora nesta quarta-feira, dia 26, a passagem dos seus 119 anos de emancipação política tendo como ponto alto da festa a 40ª Vaquejada Regional. Normalmente, a cidade recebe os seus filhos ilustres e a expectativa é que 200 mil pessoas circulem na cidade nos dias de festa. Concomitantemente, acontece a derrubada do gado no Parque de Vaquejadas e no Matadouro Público só que, neste último, deveria ser bem mais saudável.
Bem que a cidade poderia ganhar de presente um novo local para o abate dos animais. O prédio atual não oferece a menor condição, pois é antigo e até ameaça cair por conta dos seus 28 anos de inauguração na Avenida Antonio Florentino (Bairro São Francisco). É na saída para a zona rural do município e quem parte em busca de um ar puro para respirar no campo tem que enfrentar primeiro o mau cheiro insuportável do frigorífico localizado às margens da estrada.
Se por fora tudo é muito feio, por dentro é mais ainda. Grande quantidade de carne no chão e água fétida por todos os lugares resultante do trabalho do pessoal escaldando as tripas e outras partes do animal abatido. Se há programas federais para inibir o trabalho infantil como o PETI, no Matadouro Público de Brejo Santo é assunto desconhecido. Crianças descalças desafiam sua própria saúde e mandam "brasa" ajudando no trato do abate bovino.
FECHAR TODOS - O transporte é outro problema e a carne chega ao mercado em condições não recomendáveis por qualquer setor de vigilância sanitária que se preze. Entretanto, o veterinário Ricardo Wagner, de 32 anos, minimiza o problema mesmo admitindo que a estrutura do frigorífico é precária. Ele avisou ter assumido o cargo no mês de fevereiro e aponta na direção de outras cidades. "Se fosse para fechar teria que ser todos", adverte lembrando o caso de Juazeiro onde a justiça determinou a interdição.
Deixando as outras cidades de lado, Ricardo Wágner adiantou que já existe um projeto que trata da melhoria, inclusive com a possibilidade de um novo frigorífico em outro local. Disse mais que examina os animais antes de serem abatidos e acompanha pessoalmente os abates. Enquanto as providências não chegam, a população tem que ir se contentando com a situação que até ela própria desconhece, mas pode ser vista nas fotografias feitas pelo nosso repórter Normando Sóracles.
fotos: Normando Sóracles
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fonte: site Miséria
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