O Estado ainda está longe de atingir a média de um policial para cada 250 habitantes, como é recomendada pela ONU.
O Ceará é um dos Estados brasileiros que apresentam maior carência de efetivo policial. Somados os atuais contingentes das polícias Civil e Militar, são apenas 16.274 operadores da Segurança Pública (14.357 integrantes da Polícia Militar e 1.917 da Polícia Civil), para um Estado com população estimada em 8.183.880 habitantes, conforme o último censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desse modo, o Ceará fica ainda longe da média recomendada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que preconiza como ideal um policial para cada 250 habitantes. Assim, somando os efetivos das duas instituições, chega-se à média de um policial para 502 habitantes, o dobro do recomendado.Além da carência de efetivo, a Segurança ainda sofre com problemas estruturais, principalmente no Interior do Estado, onde os policiais enfrentam carga horária exaustante, de até 96 horas de trabalho por semana, e poucas condições de trabalho.
Um projeto que se encontra, atualmente, sob a apreciação do Ministério Público Estadual, através da Procuradoria Geral da Justiça (PGJ), intitulado de Lei de Organização Básica (L.B.O) da Polícia Militar, tenta amenizar esta carência, elevando a tropa para, aproximadamente, 17 mil homens. Já a Polícia Civil não tem um plano efetivo de crescimento de pessoal. Contudo, o governo nomeou para o cargo, há duas semanas, 75 delegados e 217 escrivães aprovados nos últimos concursos. Essa nova "aquisição" vai elevar o efetivo da Polícia Judiciária cearense para 2.209 servidores.
A implantação do programa de Policiamento Comunitário Ronda do Quarteirão, segundo o Governo, vem reduzindo na sociedade os impactos da carência de efetivos. O programa, implantado no fim de 2007, já atinge o Interior do Estado. Cidades de médio porte como Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Iguatu, Canindé, Crateús, Sobral e Itapipoca já contam com o programa. Na Região Metropolitana de Fortaleza também já foi implantado o novo tipo de patrulhamento nas cidades de Caucaia, Maracanaú, Maranguape, Aquiraz, Eusébio, Itaitinga, Pacatuba, Pacajus, Horizonte, Chorozinho e São Gonçalo do Amarante. Segundo a Assessoria de Imprensa da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), estão próximas de receber o Ronda mais quatro cidades: Guaiúba, Cascavel, Quixadá e Pindoretama.
Mas nas cidades consideradas de pequeno porte, o sofrimento da população continua. Nelas não há sequer delegacias de Polícia, somente unidades policiais, comandadas por inspetores, escrivães ou militares que não têm competência legal para instaurar inquéritos. Se limitam a registrar as queixas das vítimas da violência. Nesta situação estão 131 municípios, dos 184 existentes no Ceará.
Fonte: Rádio União
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