O transporte escolar é uma necessidade dos tempos modernos. Nas cidades de grande e de médio porte, os afazeres profissionais impedem que os filhos sejam levados à escola pelos próprios pais. E, independentemente do tamanho do município, há sempre a demanda dos estudantes que moram em distritos e bairros afastados, desprovidos de transporte público, os quais necessitam dos ônibus e microônibus para chegarem a seus colégios.
Atividade de risco, que exige a combinação entre a habilidade de motorista e o espírito de um pai, porquanto o condutor deve também controlar crianças e adolescentes sob sua responsabilidade, o transporte escolar proliferou em todo o País. No entanto, a ampliação excessiva dessa modalidade de prestação de serviços trouxe consigo a perda de qualidade e a baixa eficácia nos mecanismos de fiscalização das autoridades competentes.
Como em todo negócio, a busca pelo aumento da eficiência e a redução de custos tornou-se a tônica dessa atividade. Assim, têm-se avolumado casos de acidentes e de denúncias pelas indizíveis condições nas quais o transporte escolar há sido feito no País, de um modo geral, e no Cariri, particularmente. A urbanização crescente e a mudança do perfil econômico das famílias caririenses estão na raiz dessa demanda pelo serviço e, em paralelo, pela incapacidade de sua adequada prestação.
Ao lado de profissionais comprometidos e conscienciosos de seu papel, surgiram pessoas desqualificadas, sem escrúpulos e com a ambição pelo ganho irresponsável nessa nobre atividade. Alguém que é motorista e, por alguns instantes, assume o papel de guardião de crianças e adolescentes – muitos deles em idade e em condições semelhantes a de seus próprios filhos – deveria agir com redobradas atenções e preocupações.
Os municípios do Cariri e as respectivas autoridades de trânsito devem-se unir e começar uma campanha global de fiscalização e de educação preventiva no setor. O número de pessoas dedicadas a esse serviço é sensivelmente maior nos últimos dez anos, mas não atingiu uma cifra capaz de tornar impossível essa ampla iniciativa de controle da atividade pelo Poder Público. E, nem se fale do crescente número de profissionais que atuam clandestinamente, sem licença, sem treinamento e sem condições mínimas para conduzir quem quer que seja, especialmente jovens estudantes.
Por trás do aumento considerável de acidentes e de incidentes envolvendo o transporte escolar parece esconder-se o preconceito e a discriminação com os filhos das famílias humildes e de classe média. Os ricos não se valem do transporte escolar, seja porque controlam seu próprio tempo e podem levar seus filhos ao colégio, seja porque têm capacidade de manter motoristas especialmente para esse fim. Restam aos menos favorecidos o uso do transporte escolar e, assim, aparentemente, não há mecanismos de pressão política dessas classes junto aos poderes constituídos para efetivar a fiscalização real e concreta do setor. As estatísticas depõem contra a eficiência das autoridades municipais do Cariri e, apesar de serem números frios em algum relatório oficial, cada criança morta ou ferida é portadora de uma pequena tragédia na vida de suas respectivas famílias. Uma tragédia que se transporta para todo o sempre.
Fonte: Ceará agora
Atividade de risco, que exige a combinação entre a habilidade de motorista e o espírito de um pai, porquanto o condutor deve também controlar crianças e adolescentes sob sua responsabilidade, o transporte escolar proliferou em todo o País. No entanto, a ampliação excessiva dessa modalidade de prestação de serviços trouxe consigo a perda de qualidade e a baixa eficácia nos mecanismos de fiscalização das autoridades competentes.
Como em todo negócio, a busca pelo aumento da eficiência e a redução de custos tornou-se a tônica dessa atividade. Assim, têm-se avolumado casos de acidentes e de denúncias pelas indizíveis condições nas quais o transporte escolar há sido feito no País, de um modo geral, e no Cariri, particularmente. A urbanização crescente e a mudança do perfil econômico das famílias caririenses estão na raiz dessa demanda pelo serviço e, em paralelo, pela incapacidade de sua adequada prestação.
Ao lado de profissionais comprometidos e conscienciosos de seu papel, surgiram pessoas desqualificadas, sem escrúpulos e com a ambição pelo ganho irresponsável nessa nobre atividade. Alguém que é motorista e, por alguns instantes, assume o papel de guardião de crianças e adolescentes – muitos deles em idade e em condições semelhantes a de seus próprios filhos – deveria agir com redobradas atenções e preocupações.
Os municípios do Cariri e as respectivas autoridades de trânsito devem-se unir e começar uma campanha global de fiscalização e de educação preventiva no setor. O número de pessoas dedicadas a esse serviço é sensivelmente maior nos últimos dez anos, mas não atingiu uma cifra capaz de tornar impossível essa ampla iniciativa de controle da atividade pelo Poder Público. E, nem se fale do crescente número de profissionais que atuam clandestinamente, sem licença, sem treinamento e sem condições mínimas para conduzir quem quer que seja, especialmente jovens estudantes.
Por trás do aumento considerável de acidentes e de incidentes envolvendo o transporte escolar parece esconder-se o preconceito e a discriminação com os filhos das famílias humildes e de classe média. Os ricos não se valem do transporte escolar, seja porque controlam seu próprio tempo e podem levar seus filhos ao colégio, seja porque têm capacidade de manter motoristas especialmente para esse fim. Restam aos menos favorecidos o uso do transporte escolar e, assim, aparentemente, não há mecanismos de pressão política dessas classes junto aos poderes constituídos para efetivar a fiscalização real e concreta do setor. As estatísticas depõem contra a eficiência das autoridades municipais do Cariri e, apesar de serem números frios em algum relatório oficial, cada criança morta ou ferida é portadora de uma pequena tragédia na vida de suas respectivas famílias. Uma tragédia que se transporta para todo o sempre.
Fonte: Ceará agora
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