Demontier Tenório
O movimento de máquinas no Lote 6 da I etapa do projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional caiu pela metade. Trata-se de uma greve parcial motivada pela falta de pagamento o que vai determinar um considerável atraso nas obras de construção do canal de transposição das águas do São Francisco, entre os municípios de Mauriti e Brejo Santo na região do Cariri.
O mais grave é o fato do restante que ainda está trabalhando ameaçar paralisação a qualquer momento. Ao todo são 85 caminhões e máquinas que prestam serviços no trecho e apenas 40 se encontram em atividade. Os 25 empresários com carros e máquinas locados para o Consórcio Nordestino, formado pelas construtoras EIT, Delta e Getel, que administra a obra, reclamam a falta de dinheiro.
Isso representa, segundo eles, o descumprimento pelo consórcio do acordo feito, no mês de dezembro, que previa o pagamento dos valores em atraso em torno de R$ 3 milhões. Os empresários querem que, além do desembolso, seja assinado outro acordo com a presença de um representante do Ministério da Integração Nacional para nortear os rumos da relação entre o consórcio e os locadores de veículos.
O empresário Ricardo da Silva é o porta-voz dos caçambeiros e avisa que a revolta é geral acrescentando que "todos estão cansados de esperar o dinheiro". Antes, segundo ele, os empresários prestavam serviços à Tenit a qual foi desligada da obra. Agora, o contrato é direto com o consócio, mas o pagamento continua em atraso. Eles afirmam ainda sobre um descompasso entre a medição feita pelo consórcio e os números apresentados pelos terceirizados.
O diretor do projeto, Francisco Campos de Abreu, garantiu, em entrevista dada à Imprensa no mês de dezembro, que todas as obrigações contratuais, junto ao consórcio de empresas que está executando a obra, estão sendo cumpridas. Segundo afirmou na época "o que não falta aqui é dinheiro para a transposição do Rio São Francisco". O problema é que os empresários não recebem os valores devidos e ninguém sabe explicar para onde esse dinheiro está indo.
Fonte: site Miséria
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