Banco do Brasil de Barro em GREVE

A greve dos bancários já atinge agências em todo o país, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Só no final da tarde a entidade deve divulgar um balanço sobre a à greve, mas, em São Paulo, a adesão é de apenas 12%.

De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, 16 mil dos cerca de 130 mil bancários da região aderiram à paralisação.

Segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba, cerca 14,4 mil trabalhadores aderiram à greve na região, o que significa adesão de 80% da categoria na capital paranaense e em municípios vizinhos.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) divulgou no final da manhã desta quarta-feira que respeita o direito de greve, mas que não irá admitir "piquetes contratados que barram o acesso da população às agências e postos bancários".

A Fenaban indica como alternativas para pagar as contas e fazer operações o atendimento via caixas eletrônicos ou pela internet. Também é possível usar os 140 mil postos de correspondentes bancários pelo país – como loterias, supermercados e agências dos Correios.

A paralisação por tempo indeterminado foi decidida na noite de terça-feira (28) em assembleias. Os bancários rejeitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste de 4,29%.

Reivindicações

Entre as reivindicações, os bancários pedem aumento de 11% (7% de aumento real, mais 4,29% de reposição da inflação medida pelo INPC), Participação nos Lucros e Resultados (PRL) de três salários mais R$ 4 mil fixos, aumento dos pisos salariais e dos valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação e do auxílio creche.

"Isso demonstra a indignação dos bancários com a postura dos bancos. Nós advertimos na mesa de negociações que eles estavam empurrando a categoria para a greve ao propor apenas os 4,29% e rejeitar todas as demais reivindicações, mesmo apresentando um crescimento médio no lucro de 32% no primeiro semestre", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, em nota divulgada a imprensa.

Segundo a entidade, somente os cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa) tiveram lucro líquido de R$ 21,3 bilhões nos primeiros seis meses do ano. "Com esses resultados, conseguidos em grande medida pelo esforço e pelo aumento da produtividade dos bancários, é inaceitável a intransigência dos banqueiros", diz Carlos Cordeiro.

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que está sendo negociada com os bancos inclui todos os 470 mil bancários do país, que têm data-base em 1º de setembro. Desde 2004, a categoria recebe aumentos reais de salário.Bancos

A Fenaban (Federação Nacional de Bancos) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que espera uma contraproposta dos bancários e que já propôs reajuste "partindo da reposição de 4,29%, correspondentes aos índices da inflação, na busca do percentual final".

Na nota, a entidade afirma que a média salarial da categoria é de R$ 4.111,00, "uma das maiores do país". Além disso, diz que a jornada de trabalho é reduzida em relação às outras categorias, já que [e de 30 horas semanais, cinco dias por semana, enquanto para outras categorias a jornada é de 44 horas semanais.

Em 2009, os bancários iniciaram uma greve também no final de setembro. A paralisação durou 15 dias, mas a greve na Caixa Econômica Federal foi estendida e durou 28 dias no total.

Fonte: Agência Brasil

Comentários