Trabalhadores de instituições privadas e da Caixa decidiram voltar às atividades na quarta-feira, 13
FOTO: TUNO VIEIRA
FOTO: TUNO VIEIRA
15/10/2010
Movimento de greve do bancários só tem continuidade com funcionários do Banco do Nordeste do BrasilOs 82 funcionários do Banco do Brasil(BB) presentes na esvaziada assembleia de ontem, na sede do sindicato da categoria decidiram acabar com a greve dos trabalhadores, um dia depois de terem votado pela continuidade do movimento, sem que nada tivesse mudado, a não ser a garantia de que a quinta-feira "parada" não seria contada juntamente com os 15 dias de paralisação que eles terão que compensar.
No clima marcado pelo desabafo em que alguns integrantes do movimento paredista criticaram a postura de parte da categoria que se curvava à determinação do comando de greve nacional para aceitar o fim da paralisação. "Vamos continuar sofrendo pressão pela falta de isonomia. Essa foi uma postura política que põe fim à greve, mas que não satisfaz às reivindicações da categoria, disse o bancário Fernando Saraiva.
Na última quarta-feira, a maioria do grevistas do Banco do Brasil votou pela continuidade da paralisação, mas depois do fim da assembleia, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf)/CUT juntamente com os trabalhadores que queriam o fim da greve e foram derrotados na votação, resolveram antecipar para ontem, a assembleia que tinha sido marcada para segunda-feira. Esse fato, na verdade acabou esvaziando não só o movimento grevista de ontem nas agências do BB, mas a assembleia que encerrou a greve.
Se o atendimento estava aparentemente normalizado nas agências privadas e na CEF, já no BB, que juntamente com o Banco do Nordeste não voltaram às atividades ontem, o clima era outro: muita gente confusa achando que os serviços tinham retornado. Resultado disso foi muita fila, pessoas impacientes e zangadas. "Eu achei que todos os bancos tivessem saído de greve, mas me enganei, só alguns. Vou continuar sem poder sacar meu salário. Já passei em duas agências do BB que estavam sem funcionar e não consegui atendimento ainda", reclamou o pedreiro, Francisco Cleudimar Lima, 34, na ansiedade de colocar suas contas em dia. No BB da Praça dos Correios e na Duque de Caxias, o clima ficou tenso. Eram 10h20min e nada dos caixas abrirem e a população impaciente na fila não aceitava voltar para casa sem atendimento.
"Quero que a greve do Banco do Brasil acabe logo. Não acho justo eu ter vindo até aqui e me avisarem só agora que não vão me receber", comentou o aposentado, José Nilo Leite, 72, fazendo "ponto" na fila já desde às 7h da manhã. Após muita gritaria, o clima de tensão aumento nas duas agências do BB no centro, e somente próximo às 11h, os gerentes liberaram atendimento, entrando idosos e grupos de 10 pessoas por vez. "A greve não acabou ainda, temos poucos funcionários aqui. Vamos atender de forma precária", gritou uma funcionária tentando organizar as senhas. No bairro do Benfica, a situação era pior: a agência do Banco do Brasil da Reitoria não abriu às portas para atendimento nos caixas. "Não tem quase nenhum funcionário aqui. Não dá para atender assim. O povo já reclamou muito, mas não podemos fazer nada, paralisação continua", frisou o funcionário Marcelo de Castro.
Sindicalista
O presidente do sindicato dos bancários, Carlos Eduardo Bezerra disse que a decretação do fim da greve foi decisão acertada que a categoria tomou após analisar melhor as propostas contidas no acordo coletivo. Os ganhos podem ser considerados como avanços", completou. Os funcionários do Banco do Nordeste continuam em greve.
ADALMIR PONTEREPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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