Algumas dicas para perder o medo de falar em público
Quarta-feira, 10 de novembro de 2010
O medo é um mecanismo natural de defesa que foi aperfeiçoado pelo homem desde os tempos mais primitivos. Naquela época quando as pessoas viam, por exemplo, um raio caindo, com receio de ser atingidas, fugiam para se defender. Com o tempo, o organismo foi aprendendo a se proteger para poder fugir mais depressa. Quando o homem via o raio caindo, ficava com medo, mas antes que começasse a fugir ocorria uma descarga de adrenalina que aumentava a pressão sanguínea, fortalecia os músculos e o preparava para uma fuga mais rápida.
Herdamos esse mecanismo de defesa. Hoje, quando sentimos medo, sofremos uma descarga de adrenalina para que possamos nos movimentar mais depressa enquanto ela vai sendo metabolizada. Só que, para falar em público, nós sentimos medo, sofremos a descarga de adrenalina —para que possamos nos movimentar mais rápido durante a fuga—, mas não dá para fugir. Por isso, ela permanece um tempo maior no organismo e provoca a confusão que todos conhecemos: as pernas tremem, as mãos suam, o coração bate mais forte, a voz enrosca na garganta e até os pensamentos maravilhosos que eram tão claros antes de falar desaparecem diante do público.
Agora que entendemos o mecanismo do medo, fica mais simples compreender as suas causas na hora de falar em público.
São três os motivos do medo de falar em público:
1- Falta de conhecimento sobre o assunto
Se não conhecemos o assunto, durante a apresentação, estaremos sempre seguindo por um caminho desconhecido, com receio de esquecer algum dado importante ou até de que apareça alguém na platéia conhecendo mais o assunto do que nós. Com receio de que esse fato possa mesmo ocorrer, entra em funcionamento o mecanismo do medo e, como conseqüência, a descarga de adrenalina para nos proteger.
2- Falta de prática no uso da palavra em público
Se não tivermos experiência no uso da palavra em público, estaremos desenvolvendo uma atividade desconhecida diante da platéia e com receio de fazer mal esse trabalho, pois, se não nos apresentarmos bem, nossa imagem também poderá ser prejudicada. Com receio de que o resultado possa ser esse, mais uma vez entra em funcionamento o mecanismo do medo e, como conseqüência, a presença da adrenalina para nos proteger.
3- Falta de autoconhecimento
Nós não nos conhecemos. Principalmente quando estamos diante de uma platéia é que não sabemos mesmo quem somos.
Nós temos internamente dois oradores distintos: um real e outro imaginado. O real é o verdadeiro, aquele que as pessoas vêem efetivamente. O imaginado é fruto da nossa imaginação, aquele que nós pensamos que as pessoas vêem quando falamos.
Esse orador imaginado é construído principalmente pelos registros negativos que recebemos —os momentos de tristeza, de derrota, de cerceamento que passamos ao longo da vida. Esses registros formam uma auto-imagem negativa, distorcida, diferente da imagem verdadeira que possuímos.
O orador imaginado se apóia nessa auto-imagem e, por isso, normalmente é também muito negativo. Como conseqüência, ficamos com receio das críticas e julgamos que as pessoas estão censurando nossa apresentação. Temendo estar passando por essa situação, ficamos com medo e, mais uma vez, a adrenalina surge para nos defender.
Como combater o medo de falar em público
Conhecendo as causas do medo de falar em público, fica um pouco mais fácil encontrar o caminho para combatê-lo:
1- Conheça o assunto com profundidade
Conheça sempre muito bem o assunto que irá apresentar. Saiba muito mais do que deverá expor —se precisar falar durante uma hora, prepare pelo menos duas horas de fala a respeito da matéria. É preciso que sobre assunto para que tenha tranqüilidade e fale com confiança.
Saiba também organizar a seqüência da apresentação. Divida sua exposição em quatro ou cinco etapas e tenha consciência das informações que deverão compor cada uma delas. Conhecer e dominar a seqüência da apresentação dá mais confiança e ajuda a dominar o medo.
2- Pratique e adquira experiência
Aproveite todas as oportunidades para se apresentar diante das pessoas. Faça perguntas nas palestras a que assistir, aceite convites para expor trabalhos escolares, apresentar oradores, dar avisos, enfim, sempre que tiver chance de falar em público, mesmo que se sinta constrangido, vá em frente e fale. Você precisa de prática para ter segurança e combater o medo.
3 - Identifique suas qualidades
Nós temos, geralmente, muita facilidade para identificar nossos defeitos, mas muita dificuldade para falar das nossas qualidades. Por isso, aprenda a conhecer suas qualidades. Veja se você tem boa voz, bom vocabulário, boa expressão corporal, presença de espírito, humor, raciocínio bem ordenado, enfim, descubra suas qualidades de comunicação e encontre a partir delas segurança para falar.
O medo não desaparece
Você poderá combater e dominar o medo de falar, mas ele sempre poderá estar por perto. Com essas três regrinhas que acabamos de estudar, você reduzirá o excesso de adrenalina e ficará mais tranqüilo para falar. Essa quantidade reduzida de adrenalina poderá se transformar em energia positiva que o ajudará a falar com mais envolvimento e emoção. Domine o medo de falar, seja mais confiante e conquiste vitórias com suas apresentações.
SUPERDICAS DA SEMANA
Para ajudar a combater o medo, observe as dicas desta semana:
1- Leve sempre um roteiro escrito com os principais passos de apresentação, mesmo que não precise dele. É só para dar mais segurança.
2 - Ao chegar diante do público, não tenha pressa para começar. Respire o mais tranqüilo que puder, acerte devagar a altura do microfone (sem demonstrar que age assim de propósito), olhe para todos os lados da platéia e comece a falar mais lentamente e com volume de voz mais baixo. Assim, não demonstrará instabilidade emocional para o público.
3 - No início, quando o desconforto de ficar na frente do público é maior, se houver uma mesa diretora, cumprimente cada um dos componentes com calma. Desta forma, ganhará tempo para superar os momentos iniciais tão difíceis.
4 - Antes de fazer sua apresentação, reúna os colegas de trabalho ou pessoas próximas e treine várias vezes. Lembre-se de exercitar respostas para possíveis perguntas ou objeções. Com esse cuidado, não se surpreenderá diante do público.
Reinaldo Polito
Mestre em ciências da comunicação, palestrante e professor de expressão verbal. Escreveu 15 livros que venderam mais de 1 milhão de exemplares
Site: www.reinaldopolito.com.br
e-mail: polito@uol.com.br
Em breve o CPJEX irá abrir um workshop de oratória em Teresina. Se você mora nesta cidade fique atento e aprenda a conhecer as técnicas de comunicação mais eficazes para falar bem nas suas apresentações. Irei sortear uma vaga em breve.
Mais informações no www.jeffersonxavier.com.br
Siga-me no twitter@falajex
Tudo que já foi publicado sobre o assunto aqui no blog clique aqui
O medo é um mecanismo natural de defesa que foi aperfeiçoado pelo homem desde os tempos mais primitivos. Naquela época quando as pessoas viam, por exemplo, um raio caindo, com receio de ser atingidas, fugiam para se defender. Com o tempo, o organismo foi aprendendo a se proteger para poder fugir mais depressa. Quando o homem via o raio caindo, ficava com medo, mas antes que começasse a fugir ocorria uma descarga de adrenalina que aumentava a pressão sanguínea, fortalecia os músculos e o preparava para uma fuga mais rápida.
Herdamos esse mecanismo de defesa. Hoje, quando sentimos medo, sofremos uma descarga de adrenalina para que possamos nos movimentar mais depressa enquanto ela vai sendo metabolizada. Só que, para falar em público, nós sentimos medo, sofremos a descarga de adrenalina —para que possamos nos movimentar mais rápido durante a fuga—, mas não dá para fugir. Por isso, ela permanece um tempo maior no organismo e provoca a confusão que todos conhecemos: as pernas tremem, as mãos suam, o coração bate mais forte, a voz enrosca na garganta e até os pensamentos maravilhosos que eram tão claros antes de falar desaparecem diante do público.
Agora que entendemos o mecanismo do medo, fica mais simples compreender as suas causas na hora de falar em público.
São três os motivos do medo de falar em público:
1- Falta de conhecimento sobre o assunto
Se não conhecemos o assunto, durante a apresentação, estaremos sempre seguindo por um caminho desconhecido, com receio de esquecer algum dado importante ou até de que apareça alguém na platéia conhecendo mais o assunto do que nós. Com receio de que esse fato possa mesmo ocorrer, entra em funcionamento o mecanismo do medo e, como conseqüência, a descarga de adrenalina para nos proteger.
2- Falta de prática no uso da palavra em público
Se não tivermos experiência no uso da palavra em público, estaremos desenvolvendo uma atividade desconhecida diante da platéia e com receio de fazer mal esse trabalho, pois, se não nos apresentarmos bem, nossa imagem também poderá ser prejudicada. Com receio de que o resultado possa ser esse, mais uma vez entra em funcionamento o mecanismo do medo e, como conseqüência, a presença da adrenalina para nos proteger.
3- Falta de autoconhecimento
Nós não nos conhecemos. Principalmente quando estamos diante de uma platéia é que não sabemos mesmo quem somos.
Nós temos internamente dois oradores distintos: um real e outro imaginado. O real é o verdadeiro, aquele que as pessoas vêem efetivamente. O imaginado é fruto da nossa imaginação, aquele que nós pensamos que as pessoas vêem quando falamos.
Esse orador imaginado é construído principalmente pelos registros negativos que recebemos —os momentos de tristeza, de derrota, de cerceamento que passamos ao longo da vida. Esses registros formam uma auto-imagem negativa, distorcida, diferente da imagem verdadeira que possuímos.
O orador imaginado se apóia nessa auto-imagem e, por isso, normalmente é também muito negativo. Como conseqüência, ficamos com receio das críticas e julgamos que as pessoas estão censurando nossa apresentação. Temendo estar passando por essa situação, ficamos com medo e, mais uma vez, a adrenalina surge para nos defender.
Como combater o medo de falar em público
Conhecendo as causas do medo de falar em público, fica um pouco mais fácil encontrar o caminho para combatê-lo:
1- Conheça o assunto com profundidade
Conheça sempre muito bem o assunto que irá apresentar. Saiba muito mais do que deverá expor —se precisar falar durante uma hora, prepare pelo menos duas horas de fala a respeito da matéria. É preciso que sobre assunto para que tenha tranqüilidade e fale com confiança.
Saiba também organizar a seqüência da apresentação. Divida sua exposição em quatro ou cinco etapas e tenha consciência das informações que deverão compor cada uma delas. Conhecer e dominar a seqüência da apresentação dá mais confiança e ajuda a dominar o medo.
2- Pratique e adquira experiência
Aproveite todas as oportunidades para se apresentar diante das pessoas. Faça perguntas nas palestras a que assistir, aceite convites para expor trabalhos escolares, apresentar oradores, dar avisos, enfim, sempre que tiver chance de falar em público, mesmo que se sinta constrangido, vá em frente e fale. Você precisa de prática para ter segurança e combater o medo.
3 - Identifique suas qualidades
Nós temos, geralmente, muita facilidade para identificar nossos defeitos, mas muita dificuldade para falar das nossas qualidades. Por isso, aprenda a conhecer suas qualidades. Veja se você tem boa voz, bom vocabulário, boa expressão corporal, presença de espírito, humor, raciocínio bem ordenado, enfim, descubra suas qualidades de comunicação e encontre a partir delas segurança para falar.
O medo não desaparece
Você poderá combater e dominar o medo de falar, mas ele sempre poderá estar por perto. Com essas três regrinhas que acabamos de estudar, você reduzirá o excesso de adrenalina e ficará mais tranqüilo para falar. Essa quantidade reduzida de adrenalina poderá se transformar em energia positiva que o ajudará a falar com mais envolvimento e emoção. Domine o medo de falar, seja mais confiante e conquiste vitórias com suas apresentações.
SUPERDICAS DA SEMANA
Para ajudar a combater o medo, observe as dicas desta semana:
1- Leve sempre um roteiro escrito com os principais passos de apresentação, mesmo que não precise dele. É só para dar mais segurança.
2 - Ao chegar diante do público, não tenha pressa para começar. Respire o mais tranqüilo que puder, acerte devagar a altura do microfone (sem demonstrar que age assim de propósito), olhe para todos os lados da platéia e comece a falar mais lentamente e com volume de voz mais baixo. Assim, não demonstrará instabilidade emocional para o público.
3 - No início, quando o desconforto de ficar na frente do público é maior, se houver uma mesa diretora, cumprimente cada um dos componentes com calma. Desta forma, ganhará tempo para superar os momentos iniciais tão difíceis.
4 - Antes de fazer sua apresentação, reúna os colegas de trabalho ou pessoas próximas e treine várias vezes. Lembre-se de exercitar respostas para possíveis perguntas ou objeções. Com esse cuidado, não se surpreenderá diante do público.
Reinaldo Polito
Mestre em ciências da comunicação, palestrante e professor de expressão verbal. Escreveu 15 livros que venderam mais de 1 milhão de exemplares
Site: www.reinaldopolito.com.br
e-mail: polito@uol.com.br
Em breve o CPJEX irá abrir um workshop de oratória em Teresina. Se você mora nesta cidade fique atento e aprenda a conhecer as técnicas de comunicação mais eficazes para falar bem nas suas apresentações. Irei sortear uma vaga em breve.
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Edição: Jefferson Xavier | Fonte: site UOL e Blog do Jex
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