Patricia Poeta conversa com a pessoa que mais conhece a nova presidente do Brasil. Dona Dilma Jane Silva Rousseff, a mãe de Dilma.
Patrícia Poeta: Que tipo de relação a senhora tem com a sua filha?
Dona Dilma: A melhor possível.
Patrícia Poeta: Vocês são muito ligadas?
Dona Dilma: Somos muito ligadas, só que ela não pode dedicar muito tempo a mim. Ela tem muitos compromissos.
Dona Dilma: Constantemente.
Patrícia Poeta: Vocês conversam sobre o quê?
Dona Dilma: Sobre tudo.
Patrícia Poeta: Como é que está a vida dela, como é que esta a sua?
Patrícia Poeta: Como é que ela é como filha?
Dona Dilma: Carinhosíssima.
Patrícia Poeta: Cuida da senhora?
Dona Dilma: Muito. Não cuida mais, porque eu não preciso.
Dona Dilma era professora de primário quando se casou com o búlgaro Pedro Rousseff. Deixou de trabalhar para cuidar dos três filhos.
Patrícia Poeta: Que tipo de criança a Dilma foi?
Dona Dilma: Ela foi uma criança muito divertida, ela gostava de muita coisa, ela gostava de história, ela gostava de teatro, de livro.
Patrícia Poeta: Ela falava isso pra senhora ra, que queria ser bailarina?
Dona Dilma: Ela falava que queria ser bailarina. Ás vezes, ela queria dançar, achava bonito.
Patrícia Poeta: Queria ser bailarina?
Dona Dilma: Isso que ela queria ser
Patrícia Poeta: Ela conta isso? E ela fazia aula de balé?
Dona Dilma: Não.
Patrícia Poeta: Nunca fez? Da onde será que ela tirava isso?
Dona Dilma: Da cabeça dela!
Patrícia Poeta: E ela nunca chegou pra senhora e disse que ela gostaria de ser presidente do país?
Dona Dilma: Não
Patrícia Poeta: Ou governar?
Dona Dilma: Não, essa coisa de presidente nunca foi falado, nem pequena, nem mocinha, nem depois de ela já trabalhar, nunca falou que queria ser presidente.
Patrícia Poeta: O que a senhora sentiu quando soube que a sua filha tinha sido eleita?
Dona Dilma: Ah, felicíssima. Eu fiquei tão feliz que aí eu compreendi o que era a felicidade, de tão feliz.
Patrícia Poeta: E depois do anúncio, a senhora falou com ela?
Dona Dilma: Falei.
Patrícia Poeta: Pelo telefone?
Dona Dilma: Falei, rapidinho, mas falei.
Patrícia Poeta: A senhora que ligou pra ela?
Dona Dilma: Ela que ligou pra mim. Só dava pra falar rapidinho, sabe? Não dava pra estender muito, não.
Patrícia Poeta: E ela estava muito feliz?
Dona Dilma: Estava.
Patrícia Poeta: Dona Dilma, vamos falar sobre alguns momentos importantes na vida da Dilma. Por exemplo, ditadura militar. Como é que a senhora acompanhou esse período da vida dela?
Dona Dilma: Esse período pra mim foi muito triste e muito sofrido, um período que eu já esqueci. Já pus uma pedra em cima, nem lembro. Nem quero lembrar.
Patrícia Poeta: Foi um momento muito angustiante pra senhora?
Dona Dilma: Muito, um verdadeiro calvário, mas já passou.
Patrícia Poeta: Outro momento importante também na vida da Dilma, imagino eu, foi quando ela descobriu que estava com câncer.
Dona Dilma: Isso foi outra coisa muito ruim. Essa doença é toda triste e o tratamento é horrível. É um sofrimento mesmo. Ela é vencedora de causas difíceis. Toda coisa difícil ela vence.
Patrícia Poeta: Ela chegou algum momento a chorar na sua frente, preocupada por estar doente?
Dona Dilma: Não dá tempo pra gente ficar chorando, não. Esse negócio de chorar fica muito dramático. Aí você fica vivendo uma vida muito triste. Então, você evita.
Patrícia Poeta: A senhora se segurava também?
Dona Dilma: Ah, tem que se segurar. Não adianta. Se chorar adiantasse, acho que eu chorava o dia inteiro. Mas você põe na cabeça. Menos chorar..
Patrícia Poeta: A Dilma é pulso firme, ela é durona?
Dona Dilma: É. Quando ela vai fazer alguma coisa, ela faz bem feito. E naturalmente ela fazendo perfeito, ela quer que todo mundo, quando vai fazer alguma coisa, faça aquela coisa conforme foi combinado.
Patrícia Poeta: E ela é brava?
Dona Dilma: Não.
Patrícia Poeta: Não fica brava de vez em quando?
Dona Dilma: Pode ficar. Quem é que não fica bravo?
Patrícia Poeta: Nesses últimos meses, a Dilma mudou bastante o visual, fez plástica, mudou o corte de cabelo, tirou a sobrancelha. O que a senhora achou dessas mudanças?
Dona Dilma: Eu acho normal, porque toda mulher muda de penteado, muda de cabelo, muda de tudo.
Patrícia Poeta: A senhora aprovou?
Dona Dilma: Eu não aprovo, nem desaprovo. Ela que tem que aprovar.
Patrícia Poeta: Conhecendo a sua filha, como mãe, qual é a chance de a gente ter um primeiro-marido da nação? Da sua filha ter um novo marido?
Dona Dilma: Marido? Ah, isso eu não sei, não. Marido é coisa muito complicada. Marido cada um sabe de si.
Patrícia Poeta: Ela fala com a senhora sobre isso ou não?
Dona Dilma: Nem eu com ela.
Patrícia Poeta: Dona Dilma, como é que vai ser a sua vida a partir de agora? O que vocês combinaram?
Dona Dilma: A minha vida vai ser igualzinha ela foi. Não tem mudança nenhuma. Ela vai ser, eu vou curtir muito.
Patrícia Poeta: A senhora vai morar onde? Aqui em Minas, em Brasília?
Dona Dilma: Eu vou morar com ela.
Patrícia Poeta: Em Brasília?
Dona Dilma: Um pouco. Mais tempo com ela.
Patrícia Poeta: Como é que a senhora imagina que vai ser a sua vida lá no palácio nesses próximos anos?
Dona Dilma: Acho que vai ser como é que era aqui mesmo, porque eu não sou presidente, mas eu vou me divertir, vou conhecer o Torto, vou distrair na hora que eu quiser, ver cinema.
Patrícia Poeta: Ficar com ela?
Dona Dilma: Bom, com ela eu não vou garantir muito, não. Porque esse negócio de ficar com a filha já era, porque ela tem outras obrigações. Esse negócio de ficar mãe atrás de filha toda hora atrapalhando, eu acho que não é muito certo, não.
Patrícia Poeta: Dona Dilma, obrigada por me receber aqui na sua casa. Quem sabe nosso próximo encontro não vai ser lá no Palácio da Alvorada. A senhora vai me receber lá?
Dona Dilma: Vou com muito carinho.
Edição: Márcio Ricelle | Fonte: Vooz com inf. Fantástico
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