Risco alto de Dengue no Ceará

Secretaria distribuiu manuais de orientação contra a dengue (DEIVYSON TEIXEIRA)
“Estamos vivendo uma calamidade. O Hospital São Camilo está cheio de pessoas com sintomas de dengue. Há gente até nos corredores. Já ocorreram até mortes com suspeitas da doença. É preciso maior atenção das autoridades porque o lixo da cidade não está sendo coletado de maneira correta e as chuvas pioram a situação”. O desabafo é de Jesus Barroso, morador do município de Itapipoca, no Litoral Norte do Estado.

Não só Itapipoca está preocupando com relação ao crescimento da doença no Interior. Maior número de casos também já surgiram desde o ano passado, por exemplo, em Massapê, Tauá, Icó, Iguatu e municípios da Região do Cariri. Por isso, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) está distribuindo, até o fim desta semana, cerca de 100 mil folderes e 50 mil cartazes “para ajudar os municípios a conscientizar as pessoas sobre os cuidados que se deve ter para evitar o surgimento de novos casos”, diz Manoel Fonsêca, que é o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da entidade.

Ele confirma que houve um acréscimo dos casos em Itapipoca, mas diz que foi dado o apoio da Secretaria à gestão daquele município para o controle do surto, sobretudo após as recentes chuvas.

“Com a chegada das chuvas, estamos reforçando o estoque de material educativo para os municípios, que devem intensificar as ações de mobilização em escolas, universidades, creches, postos de saúde, mercados públicos, praças, igrejas e, especialmente, nas famílias porque o maior número dos focos do mosquito Aedes aegypti é encontrado dentro de casa”, afirma.

Manoel Fonseca diz que há uma preocupação com o retorno da dengue Tipo 1 que já causou epidemias nas décadas de 1980 e 1990 no Ceará. Ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, divulgou o novo mapa de risco para a dengue no País e o Ceará é um dos 16 estados com risco muito alto de epidemia. Os outros são: Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Tocantins, Mato Grosso, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Uma das ações da Sesa para evitar surtos é o apoio e incentivo ao telamento das caixas d’água nos municípios. A Secretaria está contribuindo financeiramente com as prefeituras “Para cada 100 metros de tela comprados pelo município a Sesa financia mais 50% para que mais casas fiquem protegidas do Aedes ageypti”, diz Manoel Fonsêca.

Também foi concluída a distribuição de manuais que orientam os médicos e enfermeiros sobre o tratamento dos pacientes. Quatro mortes por suspeita de dengue do tipo homerrágica, de pessoas que adoeceram em 2010 ainda estão sendo investigadas, segundo informou Manoel Fonseca..


Onde

ENTENDA A NOTÍCIA
Em torno de 90% dos focos do mosquito Aedes aegypti são encontrados dentro de casa e as caixas d’água são as campeãs desses focos. Outros depósitos que preocupam são baldes e bacias descobertos em banheiros e cozinhas.


SAIBA MAIS

O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, é originário do Egito. O significado desse nome é “odioso do Egito”, por ser considerado, na época em que foi assim chamado, uma praga.

Após a picada do mosquito, os sintomas surgem em três dias. São febre, dor de cabeça e nos olhos, perda do apetite, náuseas, vômitos, tonturas, dores nas articulações, manchas e erupções na pele. Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava, com sinais de insuficiência circulatória e choque.

A dengue, mesmo na forma clássica, é grave. Caso a pessoa seja portadora de uma doença crônica , devem ser tomados cuidados especiais. No entanto, a dengue é mais grave quando se apresenta na forma hemorrágica. No caso se não tratada a tempo, há o risco de morte.
Rita Célia Faheina
ritacelia@opovo.com.br
Fonte: O povo online

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