Foto: Geraldo Magela/Ag Senado
Em seu primeiro discurso na tribuna do Senado nesta legislatura, após pouco mais de três meses do governo da presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez duras críticas ao PT e ao governo federal.
"É o início do nono ano de um mesmo governo, quase uma década. Ainda que seja nítido e louvável o esforço da presidente de impor personalidade ao governo, e eu respeito, tem prevalecido a lógica dominante em todo esse período. Não há ruptura entre o velho e o novo, mas o continuísmo das graves contradições dos últimos anos", disse.
Aécio chamou ainda o PT de `adversário´ e disse que o partido não ficou ao lado da sociedade em momentos importantes, como na eleição de Tancredo Neves e dos governos de José Sarney e Itamar Franco, "recusando convocação na história".
"Para enfrentar a grave desorganização da vida econômica do país e a hiperinflação que penalizava de forma especial os mais pobres, o governo Itamar criou o Plano Real. Neste momento, o Brasil precisou de nós e nós estávamos lá. Os nossos adversários não", disse. "Sempre que precisou escolher entre os interesses do Brasil e a conveniência do partido, o PT escolheu o PT", completou Aécio.
O discurso começou às 15h45 e demorou cerca de 23 minutos. Em seguida, começaram os apartes de correligionários e oposicionistas. Aécio chegou por volta das 15h30 ao plenário e foi cumprimentado por senadores de oposição.
Estavam no plenário também deputados federais do PSDB, entre eles o presidente nacional da legenda, Sérgio Guerra, prefeitos, e o ex-governador de São Paulo José Serra, que concorreu à Presidência pelo PSDB. O discurso de Aécio foi considerado pela oposição com um marco após três meses do governo Dilma.
Apesar de dizer que os problemas de inflação enfrentados atualmente por Dilma são "reflexo da farra da gastança descontrolada dos últimos anos", afirmou reconhecer "os avanços do governo do presidente Lula".
"Não sou, como todos sabem, daqueles cegos pela paixão política que não se permitem enxergar méritos no adversário. Reconheço avanços no governo Lula."
Ele disse ainda crer que, no futuro, os governos de Itamar, Fernando Henrique e Lula sejam considerados "um só período da história do Brasil, de estabilidade com crescimento".
O ex-governador de Minas disse que o governo Fernando Henrique criou programas de transferência de renda que resultaram no atual Bolsa Família. Afirmou que as privatizações, criticadas pelo PT, "definiram a nova face contemporânea do país". "A democratização do acesso à telefonia celular foi talvez o melhor reflexo dos acertos", disse.
Oposição
Aécio Neves afirmou ainda que os colegas de oposição têm exercido a função com "coragem e coerência". "Repito que tem dito Geraldo Alckmin [governador de São Paulo]: ser oposição é tão patriótico quanto ser governo. Faço uma homenagem aos companheiros do PSDB, DEM e PPS pela coragem e coerência com que têm honrado os votos das urnas."
Aécio Neves disse ainda que o governo brasileiro vende um "Brasil cor-de-rosa apoiado pela farta e difusa propaganda", e também citou o corte de gastos anunciado pelo governo federal.
"Escondido sob o biombo eleitoral montado, o desarranjo fiscal, tantas vezes por nós denunciado, exige agora um ajuste de grande monta que penalizará investimentos anunciados com pompa e circustância."
PT
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) defendeu em aparte o governo Lula. "Quero colocar que contra fatos não há argumentos. Temos fatos nessa gestão que se seguiu ao governo FHC. O salário mínimo que aumentou 46% no governo Fernando Henrique, teve aumento de 74% [no governo Lula], teve redução da pobreza", disse.
O líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), rebateu as críticas de Aécio Neves ao PT e ao governo de Dilma Rousseff. "Do final de tudo, concluo que a oposição continua sem projeto, sem discurso e sem proposta para o Brasil", afirmou.
"Do ponto de vista de conteúdo, a novidade é que pela primeira vez alguém ergue a voz para defender o governo FHC", completou.
O senador disse, porém, que considerou positivo o debate para que se possa comparar o que foi feito durante os oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte: G1
Em seu primeiro discurso na tribuna do Senado nesta legislatura, após pouco mais de três meses do governo da presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez duras críticas ao PT e ao governo federal.
"É o início do nono ano de um mesmo governo, quase uma década. Ainda que seja nítido e louvável o esforço da presidente de impor personalidade ao governo, e eu respeito, tem prevalecido a lógica dominante em todo esse período. Não há ruptura entre o velho e o novo, mas o continuísmo das graves contradições dos últimos anos", disse.
Aécio chamou ainda o PT de `adversário´ e disse que o partido não ficou ao lado da sociedade em momentos importantes, como na eleição de Tancredo Neves e dos governos de José Sarney e Itamar Franco, "recusando convocação na história".
"Para enfrentar a grave desorganização da vida econômica do país e a hiperinflação que penalizava de forma especial os mais pobres, o governo Itamar criou o Plano Real. Neste momento, o Brasil precisou de nós e nós estávamos lá. Os nossos adversários não", disse. "Sempre que precisou escolher entre os interesses do Brasil e a conveniência do partido, o PT escolheu o PT", completou Aécio.
O discurso começou às 15h45 e demorou cerca de 23 minutos. Em seguida, começaram os apartes de correligionários e oposicionistas. Aécio chegou por volta das 15h30 ao plenário e foi cumprimentado por senadores de oposição.
Estavam no plenário também deputados federais do PSDB, entre eles o presidente nacional da legenda, Sérgio Guerra, prefeitos, e o ex-governador de São Paulo José Serra, que concorreu à Presidência pelo PSDB. O discurso de Aécio foi considerado pela oposição com um marco após três meses do governo Dilma.
Apesar de dizer que os problemas de inflação enfrentados atualmente por Dilma são "reflexo da farra da gastança descontrolada dos últimos anos", afirmou reconhecer "os avanços do governo do presidente Lula".
"Não sou, como todos sabem, daqueles cegos pela paixão política que não se permitem enxergar méritos no adversário. Reconheço avanços no governo Lula."
Ele disse ainda crer que, no futuro, os governos de Itamar, Fernando Henrique e Lula sejam considerados "um só período da história do Brasil, de estabilidade com crescimento".
O ex-governador de Minas disse que o governo Fernando Henrique criou programas de transferência de renda que resultaram no atual Bolsa Família. Afirmou que as privatizações, criticadas pelo PT, "definiram a nova face contemporânea do país". "A democratização do acesso à telefonia celular foi talvez o melhor reflexo dos acertos", disse.
Oposição
Aécio Neves afirmou ainda que os colegas de oposição têm exercido a função com "coragem e coerência". "Repito que tem dito Geraldo Alckmin [governador de São Paulo]: ser oposição é tão patriótico quanto ser governo. Faço uma homenagem aos companheiros do PSDB, DEM e PPS pela coragem e coerência com que têm honrado os votos das urnas."
Aécio Neves disse ainda que o governo brasileiro vende um "Brasil cor-de-rosa apoiado pela farta e difusa propaganda", e também citou o corte de gastos anunciado pelo governo federal.
"Escondido sob o biombo eleitoral montado, o desarranjo fiscal, tantas vezes por nós denunciado, exige agora um ajuste de grande monta que penalizará investimentos anunciados com pompa e circustância."
PT
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) defendeu em aparte o governo Lula. "Quero colocar que contra fatos não há argumentos. Temos fatos nessa gestão que se seguiu ao governo FHC. O salário mínimo que aumentou 46% no governo Fernando Henrique, teve aumento de 74% [no governo Lula], teve redução da pobreza", disse.
O líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), rebateu as críticas de Aécio Neves ao PT e ao governo de Dilma Rousseff. "Do final de tudo, concluo que a oposição continua sem projeto, sem discurso e sem proposta para o Brasil", afirmou.
"Do ponto de vista de conteúdo, a novidade é que pela primeira vez alguém ergue a voz para defender o governo FHC", completou.
O senador disse, porém, que considerou positivo o debate para que se possa comparar o que foi feito durante os oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte: G1
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