Escola de realengo reabre com atividades artísticas

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Atividades artísticas como pintura e poesia serão as principais ferramentas da escola municipal Tasso da Silveira nesta segunda-feira (18), em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, 11 dias após o massacre no qual 12 adolescentes entre 12 e 15 anos foram brutalmente assassinados pelo ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira.
A retomada das atividades nesta manhã será a primeira ação com os alunos desde o crime que chocou o país. A volta às aulas, no entanto, será gradual.
Para debater o tema, o UOL Notícias realiza uma cobertura ao vivo, a partir das 10h, com a presença de psicólogos e especialistas em Educação e segurança pública no estúdio. A transmissão também terá flashes ao vivo da porta do colégio.
Na semana passada, a secretária de Educação, Cláudia Costin, se reuniu com a direção da escola e psicólogos para discutir o retorno das atividades e informou que a readaptação dos alunos deve durar pelo menos três semanas. Nesse tempo, as aulas devem recomeçar gradativamente.
“Estamos montando um cronograma. Na segunda-feira [hoje], uma das turmas retorna. Na terça [19], retornam duas e, assim, progressivamente. Vamos ter, aproximadamente, três semanas de readaptação dos alunos. Os psicólogos nos recomendaram que não se reunissem todas as crianças no mesmo momento para evitar a superexposição”, disse.
Além de uma rápida reforma, com pintura, mudança de portas e pequenos reparos, o colégio passou por outra alteração: as duas salas de aula que foram alvo do atirador serão usadas, a partir de agora, como sala de atividades e laboratório de informática.
“Vai haver um psicólogo residente que vai ficar dentro da escola o tempo todo, vai haver atividades culturais para que, com arteterapia, os alunos possam expressar seus sentimentos, fazer intervenções artísticas, murais, poemas, para trabalhar um pouco tudo o que eles passaram”, afirmou a secretária.

Indenização

Na última sexta-feira (15), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou que o poder público municipal vai indenizar as famílias dos estudantes mortos. Os critérios, segundo Paes, serão técnicos e discutidos caso a caso, nas próximas semanas, entre a defensoria pública e a Procuradoria Geral do município.
“O que não queremos é ver essas famílias, que já sofreram tanto, passarem mais 20 anos brigando na Justiça contra a prefeitura para tentar receber alguma coisa. As pessoas ali estão muito sofridas, perderam seus entes queridos e devem receber algum tipo de proteção”, declarou o prefeito, em agenda pública na Cidade de Deus.

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Além dos 12 mortos, outros 12 estudantes ficaram feridos. Apenas quatro deles continuam internados em hospitais públicos do Rio --o quinto teve alta na tarde da última sexta-feira --, mas nenhum em estado grave.

Entenda o caso

Na quinta-feira (7), por volta de 8h30, Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira, em Realengo, dizendo que iria apresentar uma palestra. Já na sala de aula, o jovem de 23 anos sacou a arma e começou a atirar nos estudantes.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Oliveira na perna. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Ele portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Oliveira deixou uma carta com teor religioso, onde orientava como quer ser enterrado e deixando sua casa para uma associação de proteção de animais.
No dia 8 de abril, 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. No dia seguinte, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o Instituto Médico Legal (IML), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio.
* Com informações da Agência Brasil

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