Comerciante Francisco Fernandes vai manter visual
de sósia de Bin Laden (Foto: Glauco Araújo/G1)
"Como vou dizer que o Bin Laden morreu? Estou aqui, mas sou o Bin Laden que gosta da paz, que não gosta de guerra". Foi dessa forma que o comerciante ceareanse Francisco Helder Braga Fernandes, de 51 anos, resumiu o que está sentido desde o anúncio feito pelo presidente dos EUA, Barack Obama, sobre a morte do terrorista da al-Qaeda, neste domingo (1º).de sósia de Bin Laden (Foto: Glauco Araújo/G1)
Desde o ataque de 11 de setembro de 2001, o comerciante deixou de ter o apelido de Barba e começou a ser reconhecido e chamado de "Bin Laden brasileiro". Dono de um bar na região do Anhangabaú, no Centro de São Paulo, ele já teve de mudar o visual três vezes em dez anos, mas disse que não vai mais tirar a barba que o transformou em sósia do terrorista. "O povo foi gostando do Bin Laden, do verdadeiro, e começou a pedir para eu voltar a usar barba."
Fernandes disse que o pedido foi feito logo após o ataque terrorista às torres gêmeas. "Em janeiro de 2002 não aguentei mais e tirei a barba pela primeira vez. Algumas pessoas me tratavam com brincadeiras, mas algumas passaram a me hostilizar na rua e achavam que eu estava envolvido em terrorismo. Achei melhor tirar a barba para a coisa não ficar mais séria."
Sósia de Bin Laden disse que tirou a barba após
ataque terrorista de 2001 (Foto: Glauco Araújo/G1)
Sem a barba que sempre gostou, Fernandes disse que não resistiu aos pedidos e deixou crescer novamente. "Entre 2003 e 2004 conheci uma mulher, que se tornou minha namorada. Ela disse que só ficaria comigo se eu cortasse a barba. Cortei, mas o visual de cara limpa só durou seis meses, que foi o tempo do namoro. Deixei crescer tudo de novo."ataque terrorista de 2001 (Foto: Glauco Araújo/G1)
O apogeu do sucesso de Fernandes como Bin Laden brasileiro ocorreu no réveillon de 2009. "Nunca tinha participado de uma festa de rua, mas resolvei passar o réveillon na Avenida Paulista. De uma hora para outra apareceu um cara enorme e disse que era meu segurança. Ele me levou até o palco. Nunca fui tão fotografado na minha vida. A caçada dos Estados Unidos ao Bin Laden fez dele uma vítima e ele virou um ídolo no Brasil. O povo gostou do que ele fez contra os Estados Unidos e acabou virando uma referência", afirmou o comerciante cearense.
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