A Rua 4.700 é um endereço nobre de um dos balneários mais famosos do Brasil. A notícia de que seria vendida se espalhou pela cidade e provocou espanto: afinal, é possível vender uma rua?
A resposta é sim. O espaço público é propriedade da prefeitura, que fez um projeto de lei pedindo autorização para a venda. Como a Câmara de Vereadores aprovou por unanimidade, a rua deve mesmo desaparecer.
Tem morador que reclama. “Acho que não deve vender. É uma péssima ideia”, diz uma senhora. “Pode servir como estacionamento”, cita uma jovem.
Aury Pavone, secretário de Planejamento Urbano de Balneário Camboriú, diz que o espaço não tem grande utilidade. “Essa rua que não tem saída beneficia apenas sete pessoas que estacionam os carros aqui. Isso é insignificante para o município”, afirmou.
A prefeitura quer vender, na verdade, metade da rua. É uma área de 300 metros quadrados, que foi avaliada em R$ 1,5 milhão. Um pedaço de terra tão pequeno vale mais que uma ilha inteira. Uma no sul do estado está à venda há mais de um ano por R$ 1 milhão.
O dono ainda não fechou negócio, mas na ruela milionária já tem gente de olho. Uma construtora já fez proposta de compra sem pechinchar um centavo. Não é para menos. Os novos moradores da Rua 4.700 devem pagar por um apartamento construído no local, algo entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.
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