Ùltimas Notícias sobre a cotação do Dolar: sobe e desce

Do G1, com informações do Valor Online

O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (27), no primeiro dia de ganhos frente ao real após seis pregões seguidos de baixa, quando atingiu as menores cotações em 12 anos. A moeda terminou o dia vendida a R$ 1,559, com ganho de 1,35% sobre o fechamento da véspera.
A alta veio em reação às medidas para conter a queda da moeda publicadas nesta quarta-feira (27) no Diário Oficial da União (DOU).
Segundo operadores de mercado, a alta da moeda norte-americana é reação inicial típica a qualquer medida que pode influenciar a cotação do dólar, uma vez que o mercado sempre precisa de tempo para fazer uma leitura melhor de novas regras.
Com a maior taxação o volume de dólares que entra no país tende a diminuir, o que reduziria a cotação
'Agora, é preciso entender e fazer conta', explica o diretor de Tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou nesta quarta que o governo decidiu sobretaxar, com o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), as apostas das empresas e bancos no mercado futuro (posição vendida) que pressionem para baixo a cotação do dólar. Segundo ele, isso é um tipo de "pedágio" contra a especulação no mercado futuro.
Com a maior taxação o volume de dólares que entra no país tende a diminuir, o que reduziria a cotação. Os derivativos cambiais têm grande influência na formação de preços da moeda norte-americana no mercado à vista.
Repercussão no mercado financeiro
Knauer diz que não está claro como será feita essa taxação. 'O arbitrador pode estar comprado em um derivativo da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip) e vendido na BM&F, por exemplo. Se o IOF incidir somente na ponta de venda da BM&F, será difícil para o mercado, porque algumas instituições pagariam IOF mesmo com uma posição líquida comprada', avalia.
Nota-se que, o texto do decreto refere-se à exposição vendida líquida. Ainda assim, falta clareza e os investidores devem aguardar as explicações do governo antes de montar posições.
Em outra medida, autorizada via Medida Provisória (MP), o governo autorizou o Conselho Monetário Nacional (CMN) a definir regras específicas para as negociações no mercado de derivativos e a tributar as operações com IOF de até 25%.
De acordo com o operador de câmbio da Renascença Corretora, José Carlos Amado, com essa regra, o governo deve reduzir a especulação nos mercados futuros de dólar e cupom cambial. 'Houve momentos em que o dólar caiu, mesmo com um fluxo cambial negativo. Por isso, o governo começou a olhar mais para operações especulativas', afirma.
Apesar de reconhecer que é necessário fazer uma leitura mais atenta das regras, Amado diz que é apenas mais um conjunto de ações para conter o avanço do real. Desde o ano passado, o governo vem atuando mais firmemente no mercado de câmbio e, ainda assim, o dólar seguiu em firme trajetória de queda. É preciso reconhecer, porém, que essa retração poderia ter ocorrido mais rapidamente, não fosse a vigilância das instituições públicas.
Entenda os derivativos
O que são derivativos?
São instrumentos financeiros que têm seus preços derivados (daí o nome) do preço de outro bem ou ativo. Ex: o mercado futuro de petróleo negocia contratos com base no preço do petróleo à vista.
Para que servem?
Investidores fazem essas operações com objetivos diferentes: um deles é para fazer um seguro (hedge) de preço. Ex: se eu sou exportador e tenho medo que o dólar caia e eu ganhe menos, faço uma operação para garantir uma cotação mínima no futuro.
Onde são negociados?
No Brasil, a BM&F reúne compradores e vendedores: uns interessados em se proteger contra os riscos de preço de suas atividades econômicas; outros em especular e ganhar dinheiro na diferença de preços entre um contrato e outro.
Os derivativos são instrumentos financeiros cujo preço de negociação é baseado no preço futuro de algum outro ativo, como ações, câmbio ou juros. Investidores utilizam esse instrumento em diversas formas no mercado financeiro: uma delas funciona como se fosse um seguro de preço e tem como objetivo proteger o investidor contra variações de taxas, moedas ou preços.
Para ter proteção contra as variações do câmbio, por exemplo, os investidores podem optar por uma operação de derivativos. No caso de empresas, esse tipo de derivativo cambial busca proteger as exportações contra a desvalorização excessiva do dólar.
"Estão apostando que o dólar vai se desvalorizar e ganham quando isso acontece. É como se exercessem uma pressão vendedora. Estávamos com US$ 24 bilhões vendidos no mercado futuro [de câmbio]. O pessoal nem colocou o dinheiro [depositou apenas a margem da operação], mas é como se estivesse vendendo dólar. Estamos estabelecendo um IOF sobre a posição vendida que ultrapassar a posição comprada. A medida atrapalha a especulação", declarou Mantega.

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