| Pedro Rocha - Jornal O Povo |
Para tanto, o Governo planeja um mega-evento, com proporções internacionais. Depois dos elogios generosos a Fortaleza feitos pelo secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, em visita à Cidade na semana passada, o Governo já pensa em como alardeará para o mundo a conclusão das obras do Castelão, prevista (até o momento) para o dia 30 de dezembro próximo.
O secretário especial da Copa de 2014, Ferruccio Feitosa, diz estar longe ainda a inauguração, mas não nega que as articulações para a festa já estão em andamento, numa ação conjunta com a secretaria da Casa Civil, responsável, dentre outras ações, pela série de shows do projeto Férias no Ceará. ´Estamos vendo a possibilidade de um jogo da seleção brasileira e também a de fazer um show com uma atração internacional´, adianta o secretário.
O jogo aconteceria ainda este ano, após o encerramento do Campeonato Brasileiro, quando o novo Castelão deve ficar pronto. O adversário, se as pretensões do Governo forem concretizadas, será a Argentina. Quanto ao show, nenhum nome ainda é dado como certo. ´A ideia é uma atração internacional de peso´, confirma Ferruccio.
No entanto, comenta-se nos bastidores que a dita ´atração internacional de peso´ seria ninguém menos que a pop star Madonna. Ferruccio Feitosa evita fechar questão: ´Isso é especulação. A atração nós não sabemos ainda quem é, mas teremos uma programação internacional´.
Pelo sim, pelo não
Pelo investimento que o Governo do Estado tem feito nos preparativos para a Copa de 2014, conquistando cada vez mais destaque entre as cidades-sede, a festa de inauguração do Castelão deverá ser o debute de Fortaleza para o mundo. A ventilação do nome de Madonna pode ser um indicativo das proporções que se planeja para o evento.
´A negociação para um show como o da Madonna deve ser muito difícil. Fortaleza não recebeu até hoje um show dessa magnitude´, considera o produtor Gabriel Espanhol, da Freelancer Produções, responsável por trazer ao Ceará nomes como Abba, Gloria Gaynor e Billy Paul e que articula a vinda do tenor Andrea Bocelli.
Ele explica que um show desse porte requer uma negociação de no mínimo seis meses: ´Os caras trabalham com uma agenda bem diferente da nossa aqui no Brasil. Eles trabalham com antecipação, deixam tudo bem amarrado. As questões contratuais são muito bem cobradas´. Os preços, arrisca Gabriel, variam, no mínimo, entre um e dois milhões de dólares.
Nos últimos anos, a frequência de astros internacionais no Brasil tem aumentado, em alguns casos com apresentações fora do eixo Rio-São Paulo. Fortaleza, por exemplo, recebeu em outubro de 2010 o primeiro show da turnê do Black Eyed Peas pelo País, uma superprodução de uma das maiores atrações internacionais da música. Ano passado, ainda passaram por aqui Jason Mraz e Jack Johnson.
A inauguração do Castelão pode ser a oportunidade para superar as proporções dessa agenda recente. Gabriel Espanhol especula: ´Acho que Madonna seria legal, tem tudo a ver, agrada a gregos e troianos. O U2 também seria bacana. O ícone, para mim, seria o Rolling Stones. Mas pode também ser algo mais pop, como uma Shakira da vida ou a Beyoncé´.
A decisão deve ser divulgada no segundo semestre, quando a data de conclusão das obras será, de fato, confirmada. Enquanto isso, a produção de Madonna já confirmou que o Brasil fará parte da turnê internacional de seu novo show, que deve estrear em abril. A última vez que ela veio ao Brasil foi em 2008, apresentando-se no Rio e em São Paulo com o show Sticky & Sweet.
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