Renata Monteiro foi esquartejada; seu corpo foi
achado numa mala no interior de SP
(Reprodução / TV Globo)
Um jovem casal que mora em São Paulo e perdeu um bebê recentemente é apontado pela Polícia Civil como o principal suspeito de ter matado a estudante Renata da Silva Monteiro, de 15 anos, e ter sequestrado o filho dela, com duas semanas de vida. O crime ocorreu em 14 de maio. Os suspeitos são procurados pela polícia. Os nomes e fotos do homem e da mulher serão divulgados à imprensa na tarde desta segunda-feira (28) pela Delegacia Seccional de Bragança Paulista, onde ocorrerá uma entrevista coletiva. A suspeita é irmã de uma colega de escola de Renata, que havia convidado a vítima para um almoço no dia do crime.achado numa mala no interior de SP
(Reprodução / TV Globo)
A motivação do crime ainda é investigada pela polícia, mas duas hipóteses são avaliadas. A primeira é a de que o casal queria ficar com o filho de Renata, que não concordou com isso e foi morta por eles. A segunda é que o homem e a mulher queriam vender o recém-nascido e Renata não aceitou e foi assassinada.
A adolescente Renata, que era mãe solteira e estava desaparecida desde o dia 14, foi encontrada morta na quinta-feira (24) em Bragança Paulista, cidade no interior do estado de São Paulo. Seu corpo foi esquartejado e partes dele foram colocadas dentro de uma mala achada boiando no Lago Orfeu, no Jardim Europa.
O neném dela foi localizado pelos familiares da vítima há uma semana no Rio Grande do Norte. O menino foi achado com a suspeita em Natal. A mulher fugiu. O bebê ficou sob os cuidados dos avós maternos, que voltaram com ele para São Paulo. O garoto teve uma infecção no ouvido e estava internado num hospital.
Casal é procuradoO delegado João Valle da Silva Leme, assistente da Seccional de Bragança Paulista, que investiga o caso, confirmou nesta segunda ao G1 que o casal é o principal suspeito pela morte de Renata e pelo sequestro do filho dela. “O casal está sendo procurado e ainda não foi localizado. Em breve vamos divulgar a foto do homem e da mulher e dar mais detalhes do caso”, disse o delegado João Leme nesta manhã sobre a entrevista coletiva que ocorrerá na delegacia seccional de Bragança.
A polícia suspeitou do casal após ouvir os depoimentos dos parentes de Renata. Eles disseram que o filho da vítima foi encontrado no Nordeste com a sequestradora, que é a irmã da colega da vítima. A mulher fugiu e é procurada.
O assistente administrativo desempregado José Luiz da Silva, de 25 anos, irmão mais velho de Renata, contou à equipe reportagem que sua irmã não voltou para casa, no Jardim Guarani, Zona Norte da capital paulista, depois de ter participado de um almoço com a colega de escola e o casal.
“Uma colega de escola da minha irmã a convidou para um almoço na casa da mãe dela, onde também estava um casal: a irmã dela e o marido dessa irmã. Renata foi para o almoço com o bebê dela. Como minha irmã não apareceu no dia seguinte, nossa família procurou a polícia para dar queixa de seu desaparecimento. Procuramos a colega da minha irmã, que depois não sabia explicar porque o casal desapareceu. Depois, encontramos a sequestradora com o bebê no Rio Grande do Norte. Para nosso azar ela fugiu. Soubemos depois que ela tinha perdido um bebê recentemente, é parece que não se conformava com isso. Estaria fazendo de tudo para ter outro bebê”, afirmou José Silva.
O assistente administrativo disse que Renata foi morta porque não quis entregar o filho dela para o casal. “Essa mulher queria ficar com meu sobrinho porque perdeu o bebê dela ou para vender a criança. Natal é rota de tráfico de pessoas. Entretanto não acredito que minha irmã tenha vendido o bebê dela para esse casal. Ela o amava muito e jamais faria isso”.
O crimeInicialmente, o sumiço de Renata foi registrado no dia 15 de maio no 72º Distrito Policial, na Vila Penteado, Zona Norte. Posteriormente, após a localização da mala com partes do corpo da vítima num lago em Bragança, a delegacia seccional da cidade passou a cuidar das investigações.
A mala com o corpo de Renata foi achada na quinta passada depois de uma denúncia anônima feita por meio do telefone 190, da Polícia Militar. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, pessoas informaram à polícia ter visto uma mala dentro da qual foram encontradas pernas e cabeça em estado de composição, além de quatro pedaços de bloco de cimento. O tronco da vítima foi achado em meio a um bambuzal.
Renata estudava na Escola Estadual Professor Waldredo Arantes Caldas, no Jardim Guarani, também na Zona Norte. A colega dela na escola e a mãe dessa adolescente teriam prestado depoimento neste fim de semana em Bragança. Não há informações se as duas foram liberadas após serem ouvidas ou se permanecem detidas. A polícia também investiga se há participação delas no crime.
“Em princípio não acredito que a mãe e a colega da minha irmã estejam envolvidas. Acho mais provável que tenha sido o casal mesmo”, disse José Luiz, irmão de Renata.
Após o corpo de Renata ter sido identificado no Instituto Médico-Legal (IML), ele foi sepultado no domingo (27) no cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte da capital paulista.
"Era uma menina que não saía, não bebia, não fumava. Teve um namorinho e acabou tendo o filho, mas era uma criança ainda, com 15 anos de idade. Ela queria ser veterinária", disse ao G1 no domingo a tia da adolescente, a corretora de seguros Tânia Lígia da Silva Pereira, de 52 anos.
Comentários