Policiais abrem fogo contra mineiros na África do Sul

Do G1, com agências internacionais

Pelo menos 30 mineiros em greve que se manifestavam em uma mina na África do Sul morreram nesta quinta-feira (16) após disparos das forças de segurança, confirmou nesta sexta-feira (17) o ministro da Polícia, Nathi Mthethwa.
Mthethwa disse à "Talk Radio 702" que também há muitos feridos na mina de platina da empresa Lonmin em Marikana, a 100 quilômetros de Johanesburgo, onde os agentes abriram fogo contra mineiros armados com machetes e paus.
O número de mortos não é definitivo e pode aumentar, segundo a imprensa local.
"A polícia fez tudo o que pôde, mas os mineiros disseram que não deixariam o local e que estavam dispostos a lutar", comentou o ministro sobre um incidente que causou comoção na África do Sul e evocou a violência do "apartheid".
Policias abriram fogo contra mineiros na África do Sul. (Foto: AP Photo) 
Policiais abriram fogo contra mineiros na África do Sul. (Foto: AP Photo)
Em comunicado oficial, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, se disse "comovido e consternado por esta violência sem sentido".
"Acreditamos que há espaço suficiente em nossa ordem democrática para resolver qualquer disputa mediante o diálogo, sem violência e sem descumprir a lei", acrescentou Zuma.
Os distúrbios na mina começaram na sexta passada e, antes da tragédia desta quinta, já haviam morrido dez pessoas em incidentes violentos entre os próprios manifestantes e em confrontos dos mineiros com as forças de segurança.
O conflito começou pela disputa entre dois sindicatos rivais, a majoritária Associação de Trabalhadores da Mineração e Construção (AMCU) e a União Nacional de Mineiros (NUM), iniciada há uma semana, logo após a declaração de uma greve.
A polícia desdobrou desde então um amplo dispositivo para conter os manifestantes, que a imprensa sul-africana calculou em cerca de três mil pessoas.

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