Martinho da Vila completa 50 anos na escola do coração

Yahoo notícias Martinho da Vila não é muito ligado a datas de aniversário. Devagar, devagarinho, e por acaso, deu-se conta de que em 2015 faz 50 anos que deixou a ala de compositores da escola Aprendizes da Boca do Mato, no Lins de Vasconcelos, onde ele morava então, para a da Vila Isabel, no bairro feito famoso por Noel Rosa.


"Não tinha pensado nisso até que a presidente da Vila (Elizabeth Aquino) me falou que foi em 1965 que cheguei, quando conversávamos sobre os componentes mais antigos. Lembro que fui muito bem recebido. A Vila é encantadora, quem vai lá, já vira Vila", contava na sexta-feira, dia 13, o sambista, que este ano vive uma emoção sem par: a neta Dandara Ventapane estreia como primeira porta-bandeira da escola. A Vila vai para a avenida daqui a pouco, depois da Mocidade.


Martinho, que desfilará como maestro da música popular no desfile em homenagem ao maestro Isaac Karabtchevsky, no último carro da Vila, não se diz nervoso com a estreia da neta, que vem de experiências como porta-bandeira mirim e na segunda divisão do carnaval. "Sou positivo, nunca penso que alguma coisa vai dar errado. O nervoso mesmo é só na apuração, na quarta-feira: esse é o dia ruim para o sambista. E meu pessoal é todo assim, a gente não esquenta, não", brincou, com a serenidade pela qual é conhecido.


Como Martinho, outros dois bambas comemoraram data especial na Sapucaí. Alcione, na Mangueira, e Neguinho da Beija-Flor, na azul e branca de Nilópolis, celebram 40 carnavais vestindo exclusivamente as cores de suas agremiações. Diferentemente do compositor da Vila, eles entraram na Sapucaí tocados pela efeméride particular.


Alcione esse ano veio num carro - gosta de sair sambando no chão - que homenageia as damas que fizeram a história da Mangueira, no enredo sobre a mulher brasileira, e terminou o desfile numa cadeira de rodas, depois de queimar o pé. Em geral expansiva, ela já chegara à concentração de rosto fechado, tensa, por causa da chuva forte, e se recusou a dar entrevista.


Neguinho já festejava os 40 anos de Sapucaí antes do carnaval. Ele é o único intérprete da avenida a não cobrar para puxar o samba - "se alguém tivesse que pagar, seria eu à Beija-Flor", declarou antes do carnaval. A escola da Baixada Fluminense homenageia a Guiné Equatorial em seu desfile de amanhã.


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