Prefeitura de Juazeiro decreta novo estado de emergência

Image-0-Artigo-1796848-1 Desmonte da malha viária foi a principal causa para a assinatura do decreto Image-1-Artigo-1796848-1 Poucas chuvas têm sido suficientes para que as vias públicas nas áreas centrais e da periferia de Juazeiro do Norte fiquem ainda mais precárias. A gestão municipal justificou a ação como necessária para garantir os serviços de manutenção

Juazeiro do Norte. Em menos de um ano, a Prefeitura de Juazeiro do Norte decreta novo estado de emergência na cidade, com a finalidade de recuperar a malha viária, justificando a melhor trafegabilidade nas ruas, após o conserto dos estragos causados pelas chuvas.

Mesmo com a insuficiência nas precipitações, com períodos de estiagem prolongada, foi preciso apenas uma chuva de 20 milímetros para alagar alguns pontos da cidade, a exemplo da Rua Jim Reay Wilson, no bairro Novo Juazeiro II. O problema se agrava por conta de casas que são constantemente inundadas. Um projeto parcial de drenagem está sendo levantado pela administração para ser realizado na área. Serão 60 dias destinados ao decreto e gastos sem licitações na cidade.

Segundo a secretaria de Infraestrutura, em alguns pontos que registraram estragos, incluindo os bairros Triângulo, São José e Lagoa Seca, estão sendo recuperados calçamentos e muros de contenção. Em algumas áreas também estão em curso projetos de drenagem.

Alguns deles estavam parados, como da Avenida Letícia Pereira, na Lagoa Seca, com acesso a hotéis da cidade, restaurantes e universidades. O local já passou por várias inundações, com poucas chuvas registradas. O bairro é um dos mais prejudicados pelas chuvas na Cidade.

De acordo com o secretário Rogeris Andrade Macedo, os serviços serão concluídos na área assim que chegarem novas manilhas. Também estão sendo feitas novas caixas de captação de água, para minimizar um dos pontos de alagamento mais graves da cidade de Juazeiro.

"O projeto é para escoamento de grande vazão", informa o secretário recém-empossado para o cargo em Juazeiro do Norte. Ele disse, também, que estão sendo planejados projetos para drenagem em pontos onde têm acontecido alagamentos de forma constante, a exemplo da área nas proximidades do Atacadão, no bairro São José.

Queixas

A reclamação da população quanto aos buracos tem sido constante. Mas o secretário afirma que várias frentes de serviço para recuperação de ruas vêm sendo feitas. Enquanto isso, o prefeito Raimundo Macedo afirma não gostar de construir calçamento ou colocar pavimentação asfáltica em locais que necessitam de drenagem. Para ele, o ideal é tentar alocar recursos suficientes para construir galerias ou colocar manilhas num primeiro momento, pois, do contrário, será jogar dinheiro fora. Até admitiu já ter colocado asfalto em pontos de drenagem natural por insistência de moradores, apesar de ter essa consciência desde sua primeira gestão. No caso do bairro Novo Juazeiro, ele observa a necessidade de drenagem captando águas já perto da divisa com Barbalha e passando pelo bairro Tiradentes.

Ele cita como exemplo as drenagens nas Avenidas Letícia Pereira e Raimundo Rocha para, depois, receberem asfalto nesta ligação da Avenida Leão Sampaio com quatro instituições de ensino superior e muitas fábricas, hotéis e condomínios. A pretensão é ligar a área por meio do anel viário com o loteamento Campo Alegre, onde está sendo implantado o distrito industrial.

Preocupação

Em outras áreas como o Limoeiro, Tiradentes, Novo Juazeiro e Betolândia, conforme o decreto, foram causados problemas graves e já foram iniciadas na cidade melhorias de calçamentos em algumas localidades. As reclamações relacionadas à buraqueira nas ruas de Juazeiro do Norte têm sido constantes.

O problema é que, mesmo sem a presença de grandes precipitações no mês de janeiro e no começo de fevereiro, a questão tem preocupado o poder público, que se apressa no encaminhamento e publicação do decreto no Diário Oficial no último dia 3. Há localidades, já colocadas pelo próprio prefeito local, em que não há dinheiro em caixa.

Para o aposentado José Gersílio Alves, o problema das inundações nas proximidades da sua residência tem preocupado pelo aumento da gravidade a cada ano. A rua paralela à sua casa já foi feita cinco vezes. É a Vereador José Wilson, que na última precipitação chegou a ter o restante do asfaltamento arrastado. Desde 1994 reside no bairro Novo Juazeiro II.

"Não dá para fazer apenas a recuperação da rua e colocar novas pedras. A chuva vem e leva tudo de novo", disse o morador. O aposentado já está descrente em relação à recuperação da área. O professor Ronaldo Xavier admite que o problema no bairro Novo Juazeiro já vem de vários anos e, ultimamente, tem se agravado.

Mesmo com a escassez de chuvas, como no ano passado, a situação de algumas localidades da cidade de Juazeiro do Norte tem se agravado, já por conta de problemas na infraestrutura que se acumulam. No caso da Avenida Letícia Pereira, há vários anos os moradores da localidade convivem com os problemas relacionados às inundações, calçamento destruído e comércio inundado. Os trabalhos de drenagem ainda não estão concluídos no local e, mesmo com a finalização, ainda não há segurança garantida para a área. Para o secretário, em breve os serviços serão reiniciados. A rua está com o tráfego prejudicado com a obra paralisada.

Em 2013, o decreto de estado de emergência do prefeito foi publicado no começo do ano, com a mudança de administração, por 30 dias, para ajustes da máquina administrativa. Mas as chuvas ocasionadas não tiverem sequer comparação com o que ocorreu neste ano. No fim de março daquele ano, foi registrada uma chuva de 100 milímetros. Diversas ruas ficaram danificadas, pontes e avenidas. Em bairros como Antônio Vieira, Timbaúbas, Vila Fátima, Triângulo, entre outras localidades, foram registrados estragos.

O secretário destaca que, por conta do decreto, vários serviços estão sendo feitos de forma imediata. Em relação aos estragos causados nos últimos dias, ele disse que vem sendo realizado acompanhamento nos bairros, para minimizar os efeitos causados, mesmo com as pequenas chuvas, mas que por pouco tempo, deixam vários problemas.

Elizângela Santos
Colaboradora


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