O deputado foi escolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para ocupar o posto-chave na comissão cuja missão será apresentar um texto final para ser votado em plenário com novas regras para temas como financiamento de campanha e sistema de votação. A PEC da reforma política, que há tempos estava paralisada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por manobras do PT, foi uma das promessas de campanha de Eduardo Cunha.
Marcelo Castro também foi escolhido, na semana passada, vice-líder do governo Dilma Rousseff. Entre os dez nomes que compõem o rol da vice-liderança do governo na Câmara, o deputado é o único integrante do PMDB, principal partido da base aliada. Durante o governo Dilma, no entanto, Castro foi rejeitado ao menos duas vezes pela presidente para ocupar um ministério nas diversas trocas feitas desde o início de seu primeiro mandato.
Segundo reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", a acusação de compra de votos decorre de uma busca e apreensão autorizada pela Justiça na casa de um ex-prefeito do município de Conceição do Canindé, ao sul de Teresina, no primeiro turno das eleições do ano passado. Na ocasião, policiais e o Ministério Público apreenderam R$ 8,6 mil em espécie, uma arma, munição e material de campanha de Castro e de outros dois candidatos aliados.
Consulta médica por voto
Ainda de acordo com o jornal, a representação movida pelo procurador regional eleitoral do Piauí, Kelston Lages, alega que o ex-prefeito Aderson Júnior (PMDB), que é médico, atendia gratuitamente diversas pessoas no dia da eleição, em sua casa. No local, seriam distribuídos santinhos de Castro e dos outros candidatos. Para o Ministério Público, os depoimentos sugerem que as consultas médicas gratuitas serviam de "instrumento de captação de votos".
O GLOBO tentou contato com Marcelo Castro, mas não conseguiu localizá-lo. À "Folha", o parlamentar se referiu apenas ao processo sobre a prestação de contas e afirmou que o Ministério Público Eleitoral pede a sua cassação pela não apresentação da nota de compra de um carimbo de R$ 200, que seria usado para colocar o seu nome em cartas que enviou a eleitores.
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