Em entrevista ao jornal televisivo Newsnight, da BBC, a ex-militante, identificada pelo nome falso Ayesha, contou ter sido cooptada por extremistas quando tinha apenas 16 ou 17 anos, por meio de um flerte via Facebook.
O homem teria elogiado sua beleza, mas recomendado que ela cobrisse o rosto com um véu.
Ayesha também contou ter visto uma série de vídeos de propaganda mostrando "militantes bonitos".Leia também: Adolescente de 17 anos é crucificado pelo Estado Islâmico na Síria
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Decapitados pelo Estado Islâmico no Iraque:
"Por alguma razão, todos os vídeos tinham apenas militantes realmente atraentes. Era algo bem glamouroso. Do tipo 'Uau, posso namorar alguém que é da mesma religião que a minha e não é necessariamente da mesma etnia'. Era algo bem excitante", explicou ela.
"Dava vontade de ficar com ele antes que ele morresse".
Ayesha, britânica nascida na região central da Grã-Bretanha, foi "radicalizada" antes do surgimento do "Estado Islâmico". Ela se tornou simpatizante dos grupos al-Qaeda e al-Shabab, este último operando majoritariamente na África. Seu doutrinamento invariavelmente propagava a noção de que os britânicos eram inimigos.
"Nos sermões, éramos encorajados a pensar que não éramos britânicos e a ver a Grã-Bretanha com uma nação infiel e que era nossa inimiga por matar muçulmanos", contou a mulher.
Ayesha, porém, começou a se afastar do radicalismo quando ouviu argumentos de que mulheres não deveriam ter direitos e que era um dever de muçulmanos matar fiéis de outras crenças.
Para a mulher, militantes icônicos como John o Jihadista, o militante britânico supostamente responsável pela decapitação de reféns do "EI", seria considerado um ídolo por seus antigos colegas de radicalismo.
"Certamente considerariam ele (John) um modelo a seguir".
O depoimento de Ayesha surge num momento em que há uma discussão grande na Grã-Bretanha sobre a questão das "noivas jihadistas", jovens mulheres que fogem para regiões como a Síria e o Iraque para servirem de companheiras para militantes.
Há duas semanas, três adolescentes londrinas, todas alunas exemplares de uma escola secundária da capital, tomaram o rumo da Turquia para se juntar ao "Estado Islâmico" na Síria.
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