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Entrevista do professor Magnus Fialho para o jornal A Praça Posted: 15 Oct 2016 04:00 PM PDT A Praça – Qual a missão do professor? Magnus – A missão básica do professor sempre foi educar. Claro que o sentido de educar é amplo. Cabe ao professor a educação do exemplo, a amizade, respeito às leis e principalmente aos conteúdos de sua disciplina. Educar no sentido de formação mais ampla (religião, visão de vida e formação moral) cabe essencialmente aos pais ou familiares responsáveis. O educador não pode e nem deve tomar para si a função da família ou outros grupos. Isso acarretará danos na formação do aluno e uma carga extra para o professor. Esse papel de formar caráter é função familiar e com apoio genérico da escola. A Praça – O professor é valorizado? Magnus – O professor não é valorizado como deveria. Assim como outras profissões no nosso contexto de Brasil. Nossa formação educacional sempre foi deixada de lado pelos colonizadores. Chegamos a ter uma lacuna de 50 anos de educação com a expulsão dos jesuítas (1758-1808) que realizavam a tarefa para a metrópole. Depois ainda sofremos com uma educação positivista voltada somente para as classes e profissões consideradas dignas. Não é de se esperar que a própria população valorize a educação. Não valorizando como devia tira das políticas públicas a urgência e a centralidade de valorizar a educação e o educador. A Praça – O que acha das mudanças propostas para o ensino médio: mudança na carga horária, retirada de disciplinas? Magnus – As recentes mudanças anunciadas no ensino médio são de fundamental importância para sacudir um sistema claramente falido. Não é verdade que matérias serão retiradas. O sistema educacional privado (que é de boa qualidade) já adota no 3º ano do ensino médio uma concentração de disciplinas preparatórias para o vestibular e até com turmas específicas para certas profissões. Não existe no terceiro filosofia, sociologia, artes e etc. Elas são oferecidas nos dois primeiros anos do ensino médio. A tendência é fazer o mesmo com o ensino público. Mudará para dois ciclos ao invés de três séries e abrirá espaços para várias matérias escolhidas pelos alunos. Um avanço em termos de tempo de aula e moderno. Implantar será bem mais difícil do que o projeto em si. Implicará em crias espaços e contratar novos professores. A Praça – Como deve ser o apoio da escola e da família ao professor? Magnus – O professor tem uma tarefa que é feita em conjunto com a escola e, principalmente com a família. É triste ver pais despejando nas escolas e nos professores a responsabilidade de educar com valores os estudantes. Na maioria das vezes a escola é quase um 'descanso' que os pais têm de seus filhos. A presença cooperativa dos pais e fundamental para o professor. Já vi pais desautorizarem ou diminuírem os professores diante dos filhos. Uma lástima. Infelizmente também já vi professores desfazendo em sala de aula dos valores que os filhos aprendem em casa com seus pais. A Praça – Sendo um profissional tão importante, por que o professor ganha tão pouco? Magnus – Um professor ganha pouco de maneira geral por vivermos em um sistema capitalista. A valorização salarial de um profissional se dá na mesma medida que a sociedade valoriza seu papel. Sociedade despreocupada com educação gera remuneração baixa. Nos colégios particulares caros do Brasil os pais valorizam a qualidade. Pagam por isso e lá, nesta ilhas de excelência, o professor é valorizado com bons salários. Se os seus resultados são bons, ele é disputado e recebe bem. Se toda a sociedade cobrasse melhorias reais, os salários seriam mais atraentes. Melhores profissionais surgiriam. Melhor educação no geral. A Praça – Estamos no Brasil com um déficit de investimento em Educação de pelo menos 40 anos. Como enxerga a educação brasileira para a próxima década? Magnus – No Brasil a educação tem déficit de séculos. Hoje os valores aplicados não são baixos (podem e devem ser melhores). O local e a forma como se investe na educação é um problema centenário. A opção federal no início do século XX, por financiar o ensino superior e deixar o ensino básico ficar por conta de estados e municípios, gerou uma defasagem de excelências no ensino público. Grandes universidades federais e ensino medíocre nas escolas fundamentais e médio. O setor privado tem ótimas escolas de ensino fundamental e médio e isso acaba formando alunos que aproveitarão o ensino federal de qualidade. Um erro estratégico combatido por Monteiro Lobato, Rui Barbosa e outros formadores educacionais não considerados em suas épocas. Muito pouco avançaremos na próxima década. Medidas foram postergadas e hoje a situação financeira da nação não é promissora. A Praça – Acredita que a Educação é o único instrumento capaz de transformação de uma nação? Magnus – A educação é um dos meios de se transformar uma nação. Talvez o segundo mais eficiente. O primeiro continuará sendo a valorização da família como base de todo o processo. Independendo de como se formará a família moderna, é na família que se prepara o caráter. Vivemos uma crise social e familiar e, como se culpada, a educação é responsabilizada. O professor ou a escola não substituem a família, mas agrega a formação familiar. Família e educação formal: dois espaços complementares na mudança que todos nós queremos para o Brasil. Sobre o entrevistado Professor Magnus Galeno é formado em Teologia pela Universidade Mackenzie. Em Filosofia pela Faculdade João Calvino. Mestre em Ciências da Religião pela UMESP. Cursando doutorado em Filosofia pela Universidade Católica de Santa Fé. Professor da URCA (Direito e Enfermagem); Professor do cursinho Fênix; Professor da UVA (Administração); ex-professor da Universidade Mackenzie; colégios Rui Barbosa; São José, JBC e Pólos. Entrevista concedida ao jornalista José Guedes Costa para o Jornal A Praça, Edição de 15/10/2016 |
Acordo sobre eliminação progressiva de gases é adotado em Ruanda Posted: 15 Oct 2016 11:41 AM PDT Hidrofluorocarbonos contribuem com o efeito estufa. Acordo de Kigali é passo importante na luta contra o aquecimento climático. Após uma noite de negociações, quase 200 países assinaram neste sábado (15), em Kigali, capital de Ruanda, um acordo que visa à eliminação progressiva dos hidrofluorocarbonos (HFC), um dos gases do efeito estufa considerados muito nocivos para o clima. "No ano passado, em Paris [durante a COP21], prometemos proteger o mundo dos piores efeitos da mudança climática. Hoje honramos esta promessa", afirmou o diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Erik Solheim, citado em um comunicado, segundo a France Presse. Juridicamente vinculante, o acordo de Kigali supõe um passo importante na luta contra o aquecimento climático e permite dar um sinal positivo a menos de um mês da próxima grande conferência anual sobre o clima, a COP 22, em Marrakesh (Marrocos). Alcançado depois de uma noite inteira de negociações, o acordo, que introduz uma emenda ao Protocolo de Montreal sobre a proteção da camada de ozônio, foi amplamente celebrado, apesar de alguns lamentarem que países como a Índia ou os do Golfo tenham decidido iniciar sua transição mais tarde que outros. "Não era totalmente o que desejávamos, mas continua sendo um bom acordo", declarou o representante das Ilhas Marshall, Mattlan Zackhras. "Todos sabemos que temos que fazer mais e faremos mais". A eliminação dos HFC, usados em geladeiras, frigoríficos e aparelhos de ar condicionado, é um tema espinhoso para a Índia, e foram requisitadas várias reuniões bilaterais na sexta, inclusive com a participação do secretário de Estado americano, John Kerry, para desbloquear as conversações. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, celebrou o novo acordo "ambicioso", segundo a agência Efe. "Durante muitos anos, os EUA trabalharam sem descanso para encontrar uma solução global que permitisse eliminar gradualmente a produção e o consumo de hidrofluorocarbonetos. Hoje, em Kigali, quase 200 países adotaram uma solução ambiciosa e de grande alcance para esta crise iminente", afirmou Obama. |
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