Procuradores da Lava Jato se articularam para proteger Sergio Moro e evitar que tensões entre ele e o Supremo Tribunal Federal, segundo o novo vazamento do Intercept Brasil em parceria com a Folha de São Paulo.
Em 2016, a Polícia Federal fez uma divulgação indevida de papéis encontrados na casa de um executivo da Odebrecht, expondo de maneira temerária dezenas de políticos que tinham direito a foro especial –e que só podiam ser investigados com autorização do STF.
No dia seguinte da exposição indevida, Moro pediu a Deltan que ajudasse a conter o grupo antipetista MBL (Movimento Brasil Livre), após um protesto em frente ao apartamento do ministro Teori Zavascki em Porto Alegre, em que militantes estenderam faixas que o chamavam de “traidor” e “pelego do PT” e pediam que deixasse “Moro trabalhar”.
A mensagem de Moro para Dallagnol dizia: “Não sei se vcs tem algum contato mas alguns tontos daquele movimento brasil livre foram fazer protesto na frente do condominio.do ministro”, conforme consta nos registros do Telegram, no fim da noite. “Isso nao ajuda evidentemente.”
Deltan respondeu dizendo que não conhecia ninguém do MBL e o assunto acabou sendo deixado deixado de lado.
Finalmente, o STF, extremamente submisso à mídia na época, não deu muita atenção para as ilegalidades cometidas e para a exposição de maneira temerária dezenas de políticos que tinham direito a foro especial. O material tinha caído nas mãos do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL. Tais erros da PF ão resultaram em absolutamente nada.
Link para a reportagem completa da Folha: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/06/lava-jato-articulou-apoio-a-moro-diante-de-tensao-com-stf-mostram-mensagens.shtml
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