O crack virou um problema de saúde pública. O consumo da droga cresceu, aumentando também a demanda por tratamento. Quem busca a recuperação acaba encontrando dificuldades O consumo de crack se espalha em Fortaleza com a velocidade de uma epidemia. Nas comunidades terapêuticas e em clínicas particulares, os usuários da droga predominam. Levantamento feito pelo O POVO em nove desses locais mostra que 90% dos pacientes em tratamento são dependentes de crack. Os
A EPIDEMIA DO CRACK EM FORTALEZA
Levantamento feito pelo Jornal O POVO em nove instituições que tratam de dependentes químicos em Fortaleza mostra que 90% dos internos são usuários de crack.
APREENSÃO DE CRACK
2007: oito quilos
2008: 64 quilos
2009 (até outubro): 110 quilos
EFEITOS DEVASTADORES
A invenção do crack, nos anos 80, ampliou o mercado consumidor da cocaína. A droga é bem mais barata. Enquanto o papelote de cocaína custa em média R$ 20, uma pedra do crack pode ser encontrada por menos de R$ 5. A cocaína em pó é fervida na mistura de água e bicarbonato de sódio ou amônia. A água evapora e sobra a parte sólida, resfriada em seguida - isto é o crack. A pedra é fumada em cachimbo ou latinhas de refrigerante/cerveja. Inalada, vai para os pulmões e chega à corrente sanguínea em cinco segundos. Os efeitos são quase imediatos. Em menos de 15 segundos, a droga está agindo no sistema nervoso central. Os efeitos são os mesmos da cocaína. O usuário sente euforia e fica mais alerta aos estímulos da visão, audição e do tato. A sensação de poder aumenta a autoestima. Ele fica inquieto, ansioso e irritado. Em grandes quantidades, o crack pode deixar a pessoa agressiva, paranóica e fora da realidade.
Por causa dos efeitos no ritmo cardíaco e na respiração, o crack pode ocasionar problemas cardíacos, paradas respiratórias, derrames ou infartos. Também afeta o trato digestivo, causando náusea e dor abdominal. O usuário dorme pouco, não sente fome e perde peso muito rápido.
TRATAMENTO
O caminho da recuperação é difícil. O primeiro passo é o usuário de drogas reconhecer que precisa de ajuda. Em Fortaleza, o tratamento é realizado em comunidades terapêuticas, hospitais psiquiátricos, clínicas particulares e nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). O problema é que esses locais não tem dado conta da demanda. Além de ser difícil conseguir uma vaga, muitas vezes o tratamento é inadequado.
Fonte Jornal O POVO
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