Dentre os programas descentralizados pelo governo federal para o âmbito dos municípios, a merenda escolar deveria ser a mais relevante, concorrendo para atenuar os déficits crônicos de alimentação encontrados nos grupos infantis. Ao contrário do esperado, há muito pouco entusiasmo com esse encargo e demonstrações sucessivas de má gestão exatamente quando faltam alimentos, em plena vigência do calendário escolar, desvios de finalidade de seus estoques ou sumiço.
O ato de aprender, nas diversas faixas etárias, está vinculado diretamente à alimentação e nutrição. Diversificadas pesquisas nesse campo comprovam as dificuldades de aprendizagem por quem não se alimenta em quantidade e qualidade exigidas pelo organismo. O contrário ocorre com as pessoas supridas da imprescindível ração diária de calorias. Por isso, a merenda escolar se tornou um item prioritário.
No Brasil, essa preocupação é bem antiga. O Programa Nacional de Alimentação Escolar foi instituído em 1954 pelo Ministério da Educação. Para alcançar os quatro princípios sob os quais está embasado - universalização, equanimidade, continuidade e descentralização -, houve necessidade de vinculá-lo ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) flexibilizando, assim, o repasse de seu custeio diretamente aos Estados e municípios.
Lançado, inicialmente, como merenda da escola pública, descobriu-se ser esta, na maioria das unidades da periferia urbana, a única oportunidade de alimentação para expressivo contingente de alunos. Daí a preocupação em ampliar o número de refeições desta iniciativa considerada como um dos maiores programas mundiais na área de alimentação escolar. Entre seus objetivos estão: atender às necessidades nutricionais dos alunos; contribuir para seu crescimento e desenvolvimento, melhoria da aprendizagem e do rendimento e formação de hábitos alimentares saudáveis. A clientela compreende o ensino fundamental, a educação infantil e as creches públicas e filantrópicas.
A incompetência administrativa deixa, às vezes, as crianças sem suas únicas refeições, mas há, também, exemplos edificantes. Em Novo Oriente, na zona norte do Ceará, toda a alimentação escolar obedece a um cardápio adaptado à culinária regional com predominância da comida sertaneja. O mugunzá e o bolinho de milho despertam o paladar dos seis mil alunos distribuídos pela rede escolar constituída por 19 escolas do município. Os ingredientes "in natura" são adquiridos a uma cooperativa de produtores rurais, possibilitando a circulação dos recursos na economia local. A ração é variada e aceita integralmente por seus comensais.
Uma simples demonstração de bom senso e bom gosto como esta poderia servir de parâmetro para os demais municípios, cada um observando as peculiaridades de sua cozinha. A tarefa deveria servir, também, como bandeira de luta das entidades dos prefeitos do Ceará, para elevar, cada vez mais, a qualidade da alimentação do alunado infantil. Do cardápio deveriam constar, além do milho, feijão, macaxeira, carne-de-sol, farinha de mandioca e frutas regionais
Fonte: Diário do Nordeste
O ato de aprender, nas diversas faixas etárias, está vinculado diretamente à alimentação e nutrição. Diversificadas pesquisas nesse campo comprovam as dificuldades de aprendizagem por quem não se alimenta em quantidade e qualidade exigidas pelo organismo. O contrário ocorre com as pessoas supridas da imprescindível ração diária de calorias. Por isso, a merenda escolar se tornou um item prioritário.
No Brasil, essa preocupação é bem antiga. O Programa Nacional de Alimentação Escolar foi instituído em 1954 pelo Ministério da Educação. Para alcançar os quatro princípios sob os quais está embasado - universalização, equanimidade, continuidade e descentralização -, houve necessidade de vinculá-lo ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) flexibilizando, assim, o repasse de seu custeio diretamente aos Estados e municípios.
Lançado, inicialmente, como merenda da escola pública, descobriu-se ser esta, na maioria das unidades da periferia urbana, a única oportunidade de alimentação para expressivo contingente de alunos. Daí a preocupação em ampliar o número de refeições desta iniciativa considerada como um dos maiores programas mundiais na área de alimentação escolar. Entre seus objetivos estão: atender às necessidades nutricionais dos alunos; contribuir para seu crescimento e desenvolvimento, melhoria da aprendizagem e do rendimento e formação de hábitos alimentares saudáveis. A clientela compreende o ensino fundamental, a educação infantil e as creches públicas e filantrópicas.
A incompetência administrativa deixa, às vezes, as crianças sem suas únicas refeições, mas há, também, exemplos edificantes. Em Novo Oriente, na zona norte do Ceará, toda a alimentação escolar obedece a um cardápio adaptado à culinária regional com predominância da comida sertaneja. O mugunzá e o bolinho de milho despertam o paladar dos seis mil alunos distribuídos pela rede escolar constituída por 19 escolas do município. Os ingredientes "in natura" são adquiridos a uma cooperativa de produtores rurais, possibilitando a circulação dos recursos na economia local. A ração é variada e aceita integralmente por seus comensais.
Uma simples demonstração de bom senso e bom gosto como esta poderia servir de parâmetro para os demais municípios, cada um observando as peculiaridades de sua cozinha. A tarefa deveria servir, também, como bandeira de luta das entidades dos prefeitos do Ceará, para elevar, cada vez mais, a qualidade da alimentação do alunado infantil. Do cardápio deveriam constar, além do milho, feijão, macaxeira, carne-de-sol, farinha de mandioca e frutas regionais
Fonte: Diário do Nordeste
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