Uma perícia da Polícia Civil vai apontar de onde partiram os tiros durante um sequestro de um ônibus na noite de terça-feira (9), na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio de Janeiro. No entanto, segundo a delegada Gisele Rosemberg, da 6ª DP (Cidade Nova), testemunhas afirmaram em depoimento na madrugada desta quarta-feira (10) que os criminosos não dispararam dentro do veículo. Cinco pessoas - entre elas um policial militar - ficaram feridas no crime.
Na saída da delegacia, uma passageira, que não quis se identificar, reafirmou que os tiros não partiram dos criminosos. "Os tiros partiram do policial. Vieram de fora para dentro. Eles (criminosos) não dispararam nenhum tiro. Não houve disparo dentro do ônibus", disse ela após prestar depoimento e fazer o reconhecimento dos suspeitos. Ela não ficou ferida no tiroteio.
O ônibus que liga a Praça XV a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi cercado pela polícia na pista sentido Praça da Bandeira, na altura do Sambódromo. Segundo a polícia, quando o ônibus parou no ponto, os criminosos entraram e pagaram a passagem. O motorista desconfiou e no ponto seguinte conseguiu fazer sinal para dois policiais e aproveitou para fugir.
Lataria do ônibus ficou com marca de tiros, que também atingiram os pneus (Foto: Rodrigo Vianna / G1)
Policiais militares do batalhões do Méier, de São Cristóvão e da Praça Tiradentes, do Batalhão de Policiamento de Choque (BPCHQ) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram acionados para o local. Os pneus do ônibus foram furados após duas tentativas de fuga dos criminosos. Policiais armados de fuzis e pistola se posicionaram do outro lado da pista.
De acordo com a delegada Gisele Rosemberg, a maioria dos passageiros disse em depoimento que quatro homens entraram no ônibus e que um deles saltou do veículo com uma refém e depois fugiu. Outro criminoso teria deixado o veículo em seguida. Durante a fuga, o homem ainda roubou um carro e manteve um casal refém até Manguinhos, no subúrbio.
Após uma hora e meia, os dois criminosos que estavam no ônibus se renderam. Mais tarde, a polícia prendeu em flagrante o suspeito que tinha fugido para Manguinhos. Ele foi preso quando recebia atendimento num hospital, em Copacabana, na Zona Sul. A polícia disse que o quarto suspeito do crime já foi identificado e que vai pedir a sua prisão preventiva.
O G1 tentou entrar em contato com a Polícia Militar, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto.
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A delegada afirmou, ainda, que haveria outros comparsas num carro que estava em frente ao ônibus. Segundo ela, as vítimas contaram que os criminosos se comunicavam com outras pessoas pelo celular.- Termina sequestro a ônibus no Rio
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O analista de suporte, Hélio Gomes, que foi obrigado pelos criminosos a dirigir o ônibus após o motorista abandonar o veículo, disse que ouviu os suspeitos se comunicarem com os comparsas: "Toda hora eles falavam ‘volta para socorrer a gente, volta pra socorrer a gente’. Eles mandaram arrancar. Eu consegui fugir já no segundo cerco, quebrei o vidro e sai”, contou.
De acordo com a delegada Gisele, um dos suspeitos presos já possui passagem pela polícia e outro possui um mandado de busca e apreensão. Ele afirmou que todos vão responder pelos crimes de roubo triplamente qualificado, formação de quadrilha e receptação. Com eles, a polícia apreendeu três pistolas - uma delas com numeração raspada - e uma granada.
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