VALTER CAMPANATO/ AGÊNCIA BRASIL
Em nota, a Casa Civil informou que Bezerra continua responsável por programas da Pasta e citou disseminação de intriga
Brasília. A reação do governo federal ao direcionamento para Pernambuco da maior parte das verbas do Ministério da Integração Nacional destinadas ao combate e prevenção de desastres naturais gerou uma crise política com o PSB.
O presidente do partido e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, não aceitou a decisão tomada pelo Palácio do Planalto de intervir nas ações da pasta, comandada pelo ministro Fernando Bezerra Coelho, seu afilhado político, e cobrou apoio a seu aliado.
Para a cúpula do PSB, o movimento do governo fragilizou Bezerra justamente num momento em que a presidente Dilma Rousseff (PT) prepara uma reforma ministerial.
Nota
As queixas e cobranças do comando do partido fizeram a Casa Civil divulgar nota oficial afirmando que não havia uma intervenção nas ações da Integração Nacional.
Na última terça-feira, a ministra Gleisi Hoffmann interrompeu as férias para, a pedido da presidente, monitorar o repasse de verbas. "O ministro Fernando Bezerra é e continua sendo responsável pela execução dos programas e projetos daquela pasta. Qualquer informação fora deste contexto tem por objetivo disseminar intriga", disse a nota divulgada cerca de 12 horas depois de a própria Gleisi ter pedido a Bezerra que interrompesse as férias para explicar a distribuição dos recursos.
Em entrevista coletiva, Bezerra negou ontem que tenha beneficiado Pernambuco no repasse de recursos de prevenção de desastres naturais. Segundo dados do ministério, em 2011, Pernambuco recebeu R$ 98 milhões para projetos de prevenção, enquanto a verba para ações desse tipo repassada pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) foi de R$ 216 milhões.
"Não existe política partidária, miúda, pequena. Não posso aceitar discriminação contra nenhum estado, não se pode discriminar Pernambuco por ser o estado do ministro, não é correto", defendeu-se. Segundo ele, Pernambuco foi o estado que apresentou os projetos mais urgentes e a seleção foi feita por critérios técnicos, com aval da Casa Civil da Presidência da República e do Ministério do Planejamento.
A polêmica começou após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, relatando que 90% das verbas contra enchentes teriam sido destinados a Pernambuco.
MONTANTE
98 milhões de reais foram destinados em 2011 para projetos de prevenção em Pernambuco, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Integração
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