Artigo de Opinião
Por João Batista Cirilo, Do Barro News
O caldeirão político barrense voltou a
ferver. Usando um disfarce medríoce de calma e ponderação a gabolagem e o
jogo de interesses andaram juntos pelos becos e vielas da pacata cidade
na última sexta-feira (30) e para muitos a velha subserviência pareceu
permanecer como outrora.
Muito se falava sobre o afastamento do
prefeito Marquinélio do cargo de chefe do executivo, que poderia
ocorrer, mas poucos sabiam que tal procedimento seria no mínimo
humanamente insensato, como veremos a seguir.
Todo o escarcéu montado no entorno do
então possível afastamento se deu pela apresentação à Câmara de
Vereadores de uma extensa matéria assinada por cinco nomes da sociedade,
votada em plenário e que solicitara ainda afastamento e investigação
dos vereadores Jose Elionilton Cabral Feitosa e Wilton Leite Diniz e dos
secretários Jose Evando Tavares (Finanças) e Josilene Dias Tavares
(Educação).
Os parlamentares “optaram” por
unanimidade pelo não afastamento, porém instauraram comissão processante
para investigação das denúncias que vão desde aquisição irregular de
produtos e/ou serviços à crimes contra o sistema financeiro. A comissão
deve notificar os envolvidos em cinco dias, contados após sua
instauração, e estes terão até dez dias para apresentar defesa. O prazo
máximo para a apresentação de um parecer da comissão vai de 90 a 120
dias.
No entanto, algumas questões continuam
pairando no ar. Será mesmo que não há “o dedo” de grandes lideranças
políticas na confecção de tal matéria? Será mesmo que a essência do
interesse é o bem para o Barro ou este é demasiadamente embasado de um
mero capricho politico-eleitoreiro?
Como explanado anteriormente é um tanto
controverso o “poder” da Câmara de Vereadores em afastar de imediato os
envolvidos, uma vez que estes poderiam em menos de 24hs voltar, sob
liminar, aos seus respectivos cargos, com base no amplo direito de
defesa e exercício do contraditório. Logo, não passaria de mera
estratégia política o não afastamento dos envolvidos, visto o aproximar
de um pleito eleitoral?
No entanto não podemos deixar de
mencionar a atuação da casa, cumprindo a risca a legislação em vigor,
bem como a iniciativa dos denunciantes na formulação de uma matéria
deste porte.
Mal se encerrara a sessão, o prefeito e
seus “simpatizantes” comemoraram pelas ruas da cidade o não afastamento,
numa atitude questionada por muitos. O fato é que na comemoração um
recado foi dado para os denunciantes com a vinculação de uma música, um
tanto quanto ousada, digamos assim.
Entre os cabulosos trechos que compunham o refrão, alguns merecem destaque, como: “vai na paz e não volta jamais”, como se realmente isso ocorresse. Um refinado toque de sarcasmo é percebido no tópicos “quem vive de passado é museu” e “caranguejo é quem anda para trás”.
Entretanto podemos muito bem substituir os termos “museu” e
“caranguejo” por “Barro”, uma vez que um passado arcaico e retrógrado é o
que parece ainda prevalecer nos ares desta terra.
O video :
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