Caso da mãe e filha mortas em Porto Alegre, últimas informações.

Felipe Truda Do G1 RS

 

Delegado entra na enfermaria do hospital para
ouvir suspeito (Foto: Felipe Truda/G1)

O suspeito de matar a mulher e o filho na semana passada, na Zona Sul de Porto Alegre, foi ouvido informalmente no final da manhã desta quarta-feira (1) pelo delegado responsável pela investigação do crime. Cléber dos Santos Lima, da 1ª Delegacia de Homicídios e Desaparecidos, foi ao Hospital de Pronto Socorro. Acorrentado à cama, sob custódia, o bioquímico aparentava perturbação.
"Ele chorou ao ser questionado sobre o filho. Demonstrou muito distúrbio, ele está muito perturbado", disse o delegado após a conversa com o homem. "Ele admitiu a autoria", completou. O relato do suspeito, no entanto, não será incluído na investigação, já que ele optou por se manifestar oficialmente apenas em juízo.
Ainda conforme o delegado, o homem tentou se matar com uma faca na cena do crime, a própria casa da família, no Bairro Tristeza, na quarta-feira (25), antes de pular de uma ponte na BR-290. Devido a isso, ele se recupera de uma perfuração no pulmão. "Pude entender que houve um surto no momento do crime", afirmou o delegado acrescentando que o suspeito "demonstra muito arrependimento".

Mãe e filho foram assassinados a golpes de facas dentro de casa. Os corpos foram encontrados no início da manhã de quinta-feira (26), após familiares que não conseguiam contato com Márcia chamarem a polícia.
Lima já pediu maior agilidade nas análises da perícia. "As provas técnicas da perícia ainda devem demorar mais uns 20 dias", projeta. Com a prisão preventiva decretada, o suspeito será indiciado por duplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem dar chances de defesa às vítimas. A polícia já colheu depoimento de outras 9 pessoas. A pena para cada um dos crimes varia de 12 a 30 anos.

 

Mãe e filho foram encontrados mortos em casa
(Foto: Arquivo Pessoal)

O delegado contou que o advogado do suspeito entrou com um pedido para que ele seja internado no Instituto Psiquiátrico Forense. Caso o pedido não seja aceito, ele será encaminhado para o Presídio Central assim que receber alta. "Ele quer se matar, temos de tomar cuidados", salienta.
Para Lima, apesar do trauma que o suspeito aparenta ter sofrido, não há sinais de que a sanidade mental dele tenha sido afetada. "É difícil avaliar, mas, pelo que eu vejo, não percebi nenhum traço de demência", afirmou.