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Bom dia! A partir de hoje, o seu jornal favorito ganha uma edição aos domingos. Para muitos jornais ao redor do mundo, a edição dominical é a mais tradicional de todas. 🗞️ O The New York Times, por exemplo, tem uma circulação 6% maior aos domingos do que nos dias úteis. Chegou a nossa vez. O que esperar? Uma grande história ou assunto, livros para ler, lugares para ir, receitas para fazer, as principais notícias do dia, e algumas outras coisas. Sempre com nosso tom, do jeito que você já gosta. Diferente dos dias da semana, essa não é feita para ser lida em 5 minutos. Portanto, recomendamos que prepare seu café da manhã, acomode-se em um lugar confortável e comece sua leitura com calma. Ao final, você sairá mais inteligente, interessante e, certamente, será uma companhia melhor para o almoço de mais tarde. |
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BIG STORY |
 | (Imagem: Marco Bertorello (AFP) |
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A corrida mais desafiadora do mundo |
Todo mês de julho, quase 200 ciclistas cruzam a França em uma jornada de 3.300 km, queimando mais de 120 mil calorias ao longo de 21 etapas. |
O chamado "Tour de France" sempre foi considerado uma das provas esportivas mais difíceis do mundo, mas, recentemente, vem se tornando também um dos negócios mais lucrativos do esporte. |
Com um modelo de negócios paradoxal, não há venda de ingressos, nem divisão da receita com os times — que gastam mais de US$ 50 milhões para disputar uma premiação de apenas US$ 3 milhões. |
Como é que é? Você leu certo. Uma equipe do Tour gasta 10x mais do que pode ganhar, caso seus atletas vençam a prova. |
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De jornal de bairro a fenômeno global |
A origem do Tour parece saída de um roteiro: em 1903, o jornal L'Auto criou a corrida como uma jogada desesperada para competir com o líder do mercado, o Le Vélo. |
A ideia partiu de um repórter de 26 anos: um desafio ciclístico de 1.500 milhas pela França. |
 | Uma edição do jornal L'Auto com o Tour de France de capa. Foto de Jack Elton-Walters |
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Deu certo. A circulação do jornal triplicou, o Tour virou anual, e os franceses passaram a acompanhar de perto a saga de atletas que pedalavam de Paris a Lyon, Marseille e Bordeaux — muitas vezes de madrugada, carregando seus próprios pneus sob os ombros. |
(Parêntese) Aparentemente, os franceses são mestres em ideias muito fora do core para alavancar negócios. Em 1900, um francês de uma marca de pneus inventou um guia de restaurantes que domina o mundo até hoje. |
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A profissionalização veio em 1965, quando a família Amaury assumiu o evento e fundou a ASO (Amaury Sport Organisation), que comanda o Tour até hoje. Sob nova gestão, a prova se tornou um show de mídia quase bilionário. |
Comparativo de audiência: |
Se você acha que o jogo do Fluminense contra o Chelsea foi assistido por muitas pessoas na Globo, saiba que os ciclistas ganham — de muito — da Premier League, da NBA e até do Super Bowl. |
O Tour só perde para a Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos: |
Evento | Audiência estimada |
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Copa do Mundo (FIFA) | +5 bilhões de espectadores acumulados (2022) | Jogos Olímpicos | ~3 bilhões de espectadores acumulados | Tour de France | ~2 bilhões de espectadores acumulados |
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A matemática para faturar R$ 800 milhões sem bilheteria |
Boa parte do que você ouve falar sobre a França ser um dos países mais "charmosos" do mundo pode vir dessa simples corrida de bicicletas. |
Começando pela largada, ou o Grand Départ. A cidade escolhia paga de US$ 10 milhões para ser a anfitriã. As etapas subsequentes variam de algumas centenas de milhares de dólares. |
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Para a cidade compensa… Pense que, além da visibilidade global, os visitantes consomem localmente — sem precisar pagar ingresso. |
A transmissão é global, vai para mais de 190 países em 100 canais diferentes e muita gente assiste. O valor de um contrato gira em torno de US$ 75 milhões. |
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Fun fact: Filmar os ciclistas exige ao menos 260 operadores de câmera, 35 caminhões técnicos e 6 helicópteros — ou aviões. |
Por último, mas não menos importante… Tudo é patrocinado e tudo tem marca. A famosa jersey amarela, usada pelo atleta líder do dia, custa US$ 12 milhões ao banco LCL. |
 | A prova possui 21 etapas, que são disputadas em 24 dias, e o líder de classificação geral no início do dia sempre começa a prova com uma camisa amarela. |
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As tendas, pórticos infláveis e até os carros da famosa "caravana publicitária" (que distribui brindes ao público antes da largada) também são patrocinados. Mais de 30 marcas participam por valores de seis dígitos. |
Os times gastam milhões… e não recebem nada da organização |
As equipes são empresas privadas que se bancam com dinheiro de patrocinadores — muitas vezes, bilionários apaixonados por ciclismo. |
Cada uma das 23 equipes do Tour tem um orçamento próprio, que pode variar de US$ 15 milhões a US$ 75 milhões. |
O salário dos ciclistas representa até 75% do orçamento. Um líder como Tadej Pogačar pode ganhar mais de US$ 5 milhões por ano. O resto vai para staff (médicos, mecânicos, cozinheiros), equipamentos (cada ciclista tem até 6 bicicletas de US$ 15 mil) e uma estrutura itinerante que inclui ônibus, caminhões e até purificadores de ar.
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Sem participação nas receitas de TV ou patrocínio do evento, os times apostam tudo na visibilidade para manter seus patrocinadores. |
Muitas vezes, um ciclista entra em fuga solo não para vencer, mas para garantir minutos de TV — e renovar o contrato do time. Assista um exemplo. |
Um verdadeiro império sob rodas de margens altíssimas |
 | (Imagem: Marco Bertorello (AFP) |
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O Tour de France é um negócio quase sem custo para sua organizadora, já que as cidades arcam com suas despesas. A premiação total distribuída é inferior a 2% da receita. |
Um dos modelos mais eficientes e duradouros do esporte mundial, que sobreviveu a duas guerras mundiais e crises econômicas, sem nunca ter vendido um ingresso. |
Para assistir: A etapa de hoje começa às 08:25 e pode ser assistida pela ESPN e Disney+. A série "Tour de France" da Netflix também é muito interessante. |
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MANCHETES DO DIA |
 | (Imagem: Prefeitura de SP | Reprodução) |
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→ Timing perfeito ou ironia do destino? Edifício da Prefeitura de São Paulo aparece com iluminação em cores da bandeira americana |
→ São Paulo é o principal afetado por tarifas de Trump, com 34% das exportações aos EUA. Sudeste é responsável por +70%. Tarcísio pede prioridade na negociação |
→ Na volta do Brasileirão, Flamengo vence São Paulo, Galo perde para o Bahia no último minuto e Botafogo vence Vasco |
→ Depois de pedido de Boulos, TCU aponta possíveis problemas à viagem de Eduardo Bolsonaro aos EUA |
MUNDO |
 | (Imagem: Ken Cedeno | Reprodução) |
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→ Another one: Trump impõe tarifa de 30% sobre produtos da União Europeia e do México, a partir de 1º de agosto. Canadá também foi alvo do tarifaço no final de semana em 35% |
→ Kraft Heinz pode ser só Heinz em breve. A empresa dos famosos ketchups está se splitando do braço Kraft, criando uma empresa nova empresa de molho de US$ 20 bilhões |
→ O Moulin Rouge, em Paris, voltou a girar suas pás após 14 meses, marcando a recuperação do símbolo cultural francês |
→ Bicicleta: Swiatek massacra Anisimova, repete resultado de 1911 (6-0, 6-0) e é campeã de Wimbledon pela 1ª vez |
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA |
→ Tabagismo: Para cada R$ 1 de lucro da indústria, o país gasta R$ 5 com doenças provocadas pelo tabaco, totalizando perdas anuais superiores a R$ 150 bilhões. No ano passado, houve crescimento de 30% no número de fumantes. → Evidências sugerem que neandertais esmagavam e ferviam ossos para extrair nutrientes já há 125 mil anos. Aprofunde. → O Gemini do Google agora pode transformar fotos em vídeos. Assista. → "Medicamentos como Ozempic, usados para diabetes e perda de peso, podem dobrar o risco de degeneração macular em pacientes diabéticos." A conclusão vem de um estudo que analisou 46 mil diabéticos que usaram medicamentos GLP-1 por pelo menos seis meses. |
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NOTAS DE DOMINGO |
"Remédio para um doido é um doido e meio" |
A frase é comum no interior, dita por um autor desconhecido que talvez fosse mais provido de sabedoria que boa parte dos bípedes que caminham pelo Brasil em 2025. |
De um lado, um Lula que acordou doze anos depois e decidiu que ainda é 2003. Vê inimigos em cada economista e traidores em cada ministro que lê gráfico. |
Cobra juros baixos como se bastasse gritar, e vende promessas que até parte do eleitorado já não mais confia (vide índice de reprovação do mandato). |
Do outro lado, Trump. A definição do sujeito turrão. Daqueles que se você pisa no pé — sem querer — e pede desculpa, ele pisa de volta mais forte. Esbarrou nele? Esbarrão devolvido imediatamente. |
É a representação típica do valentão que todo colégio tinha. O problema é que goste você ou não, ele intimida — seja pelo histórico de brigas ou pelo próprio tamanho. No fim do dia, segue jogando o jogo que mais gosta: o dele mesmo. |
Um jogo onde o objetivo não é negociar — é marcar território. Intimidação como marca pessoal. |
Dessa vez não foi diferente… Depois de algumas indiretas proferidas do lado de cá, como uma moeda independente do dólar, um recado simples chegou em forma de tarifa: "Não ouse medir forças comigo e não mexa com meus amigos". |
Trump e Lula se odeiam ideologicamente, mas agem quase igual: falam demais, ouvem de menos e têm absoluta certeza de que estão certos. |
Governar para eles parece que virou detalhe. O importante é vencer a narrativa e manter a pose — mesmo que ela só exista na cabeça deles. |
Prato cheio para os internautas extremos, que usam os comentários no Instagram como fuga dos problemas complexos que não querem resolver, sempre chamados a opinar entre duas narrativas escritas por homens que não suportam ser ignorados. |
É a política como ringue ou reality show. |
Vence o mais maluco, ou melhor, o maluco e meio. Perde o sujeito normal. Aquele que só queria estabilidade pra abrir um negócio, planejar a semana, entender a regra de um imposto novo. |
Perde o produtor de mel orgânico, localizado no município de Picos, a 314 km de Teresina, que, prestes a exportar 95 toneladas de mel, teve o seu pedido cancelado. |
Permanece o Brasil de sempre: a "startup" que todo governo promete virar unicórnio em quatro anos, e quando dá errado, a culpa é do sistema, do investidor — ou da Faria Lima. Nunca das ideias ruins e da execução, que é pior ainda. |
Todo domingo, uma carta aberta sobre o assunto que mais movimentou o país ao longo da semana. |
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TO GO |
 | Imagens capturadas pela nossa redação |
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Quando bate aquela vontade de peixe fresco e aquele arroz perfeito que segura tudo sem desmontar, a pergunta é só uma: onde ir? |
Quem vive (ou passa) por São Paulo tem uma grande sorte… A dica do nosso 'onde ir' de hoje pode te levar a viver uma verdadeira japanese experience — sem sair da cidade. |
Mais especificamente no Itaim Bibi, você vai encontrar um restaurante respeitado e longevo — fundado em 1988 —, quando a comida japonesa ainda era concentrada quase exclusivamente no bairro da Liberdade. |
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O Kosushi foi um dos pioneiros em apostar em outros territórios da cidade e, hoje, três décadas depois, mantém todo o frescor que o consagrou — literalmente. |
Quem comanda a cozinha é o chef George Yuji Koshoji, que aprendeu as técnicas da culinária japonesa aqui mesmo em SP — e depois foi ao Japão buscar o refinamento que hoje define sua assinatura. |
Se você quer algo além do nosso paladar para te convencer: o restaurante foi reconhecido por cinco anos seguidos com uma estrela no Guia Michelin — ou seja, os peixes lá têm realmente tem algo especial. |
O que pedir? Shokupan Toro, Hamachi Rice Pepper e berinjela defumada e recheada de atum fresco são alguns dos pratos que você não pode deixar de fora do pedido. |
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Kosushi 📌 Rua Viradouro, 139 - Itaim Bibi | São Paulo ⏰ 2ª a 6ª: 12:00 - 15:00 | 19:00 - 00:00 dom.: 19:00 - 23:00 |
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OFERECIMENTO DE LITTLE BEAN |
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95% dos brasileiros consomem café tradicional ou extraforte diariamente.
O que a maioria não sabe é que essa categoria de café pode conter defeitos como grãos mofados, podres e até mesmo galhos e folhas. |
E o mais surpreendente: isso não é ilegal! |
Descubra seu novo café: sem impurezas, sem grãos queimados e com um sabor naturalmente doce. |
Quem prova se apaixona. Little Bean: feito para beber sem açúcar. |
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CURIOSIDADE |
+1.400 anos |
Essa é a idade da empresa mais antiga do mundo ainda em atividade, chamada Kongo Gumi. |
Especializada na construção de templos budistas, a Kongo Gumi foi fundada em 578 d.C e operou continuamente por mais de 1.400 anos. |
Em 2006, a empresa foi adquirida por um grupo empresarial e continua operante. |
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ESPORTES |
 | (Imagem: FIFA | Reprodução) |
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🏆️ Chelsea x PSG: Chega ao fim a final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, com o duelo de dois europeus. Depois do sucesso dos brasileiros, Brasil já se posiciona como possível sede da próxima edição; |
🎾 Sinner x Alcaraz: Um mês depois de Roland Garros, os dois melhores tenistas do mundo voltam a se enfrentar em uma decisão. Dessa vez, em Wimbledon. O espanhol vem de 20 vitórias seguidas e Sinner quer seu primeiro título em Londres; |
🇧🇷 Brasileirão de volta. Com alguns jogos já realizados ontem, o Campeonato Brasileiro entra em sua 13ª rodada. Flamengo lidera, Cruzeiro é o vice e Bahia é o 3º. |
🇦🇷 Di María marca de pênalti em seu retorno ao futebol argentino. Atacante foi recebido por cerca de 48 mil torcedores na volta ao Rosario Central |
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TO EAT |
 | (Imagem: Julia Gartland | Reprodução) |
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Domingo é o dia mundial do almoço tradicional. Família reunida, casa dos avós Particularmente, nossa editoria acha que isso já é o suficiente, mas como sempre tem quem quer mais… |
Aqui vai uma receita menos tradicional para o seu domingo: Macarrão ao limone com camarão. Rende 2 porções generosas — ou uma com sobra pro jantar. |
Você vai precisar de: |
250g de massa longa (tipo linguine ou fettuccine) 200g de camarão limpo 1 limão-siciliano (raspas + suco) 1/2 xícara de creme de leite fresco 1 dente de alho Azeite, sal, pimenta-do-reino Parmesão ralado (quanto o seu coração mandar)
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Modo de preparo: |
Cozinhe a massa até ficar al dente. Guarde um pouco da água do cozimento. Enquanto isso, aqueça um fio de azeite e refogue o alho picado. Adicione os camarões e tempere com sal e pimenta. Quando estiverem rosados, reserve. Na mesma frigideira, adicione o suco e as raspas do limão, o creme de leite e uma concha da água do macarrão. Misture bem até virar um molho cremoso. Junte a massa e os camarões ao molho. Mexa tudo com carinho. Finalize com parmesão e mais raspinhas por cima.
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TO WATCH |
 | Adam Neumann: This is How You Build Iconic Companies |
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Ele fundou o WeWork, transformou em uma empresa bilionária, foi acusado de fraude e continua sentado na mesa dos maiores investidores do planeta. |
Uma conversa aberta com Adam Neumann sobre como construir marcas icônicas. |
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ICYM |
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TO READ |
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Em Por que nós dormimos, o neurocientista Matthew Walker revela tudo o que a ciência descobriu recentemente sobre o sono — e por que ignorá-lo é uma das piores decisões que você pode tomar. |
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Este livro não só te responde, mas te mostra como dormir pode ser o maior upgrade da sua vida. |
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CHARGE |
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RODAPÉ |
SUNDAY'S (the news) |
A edição de domingo do seu jornal favorito. |
Nunca seja chato ou desinteressante, tenha sempre algo a acrescentar. |
até amanhã! |
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